quarta-feira, 26 de maio de 2010

Estilos





Hoje estou disposto a divagar um pouco sobre um assunto que estava debatendo a algum tempo atrás com algumas colegas de auditório que são "patricinhas de Beverly Hills", que pensam que sua opinião é a mais sábia existente, exatamente por não conhecerem um verdadeiro sábio, e já que eu posso opinar aqui e ninguém pode reclamar, e se reclamar não vai mudar em nada mesmo, pretendo expressar minha opinião singela e matutante sobre tal assunto um tanto quanto difamado pela sociedade pós-Cretáceo. Estilos, ou o que eles deveriam ser ou representar.




Não sou um juíz da vara criminal para sair por aí julgando as pessoas ao meu bem entender, quer dizer, você gosta do que gosta porque gosta e é isso aí, tô certo. Mas, a meu ver, a partir do momento em que algo é "empurrado" para você, independente se através de mídia ou de amigos tão acéfalos quanto sua pessoa, acho que algo de errado está acontecendo e não é uma invasão Tanagariana comandada pela Shayera Hol, vulgo Mulher-Gavião. Um exemplo disto foi quando uma colega chegou para mim, enquanto eu bebia meu companheiro de aventuras, Toddynho, e disse:


"CARA! TU NUM SABE O QUE ACONTECEU!!!!!!!!!!!!"


Olhei para os céus e não vi nenhum Crusador Tanagariano, logo presumi que uma invasão estava fora de cogitação. Pela cara histérica de moçoila, só podia ser uma coisa.


"Os caras do Charlie Brown invadiram a cidade?"


"Ai, não ¬¬ Mano eu vo no show do CINE AEAEAEAEAE!"


Nisso eu olho para ela com a minha sublime cara de "Oh meu Deus, que boas novas! Vamos nos banhar com gasolina e nos incendiar!", que todos conhecem, e a garota me dá um abraço, que devo dizer, foi bem aproveitado hehe, sem motivo algum e começa a berrar coisas absurdas e não-obscenas em meus ouvidos inocentes.


Nisso eu me viro para ela e digo: "Não sabia que tu gostava de Cine"




E ela me diz: "Ai não gosto mas todo mundo vai, então eu vô né!"




Após essa surpreendente revelação que me deixou tão chocado quanto o fato de que Otávio matou Taís, a única reação que pude tomar foi me levantar, pegar uma cadeira e meter na nuca da garota. Ao menos, foi isso que eu pensei em fazer. Não poderia fazer isso com a menina, ela é linda *3*. Externamente, pois após assistir MIB todos sabemos como podem ser as pessoas por dentro.




Divaguei dentro de uma divagação... Estranho...






Enfim, digamos que seu amigo que possui um cabelo não tão bem tratado e que gosta de ouvir músicas contemporâneas e "da moda" vai a um show que todos esperam. Lógico que esse todos não inclui você, pois você é um adolescente que vive isolado, sentado na frente do computador, escrevendo suas opiniões em um blog.




Mas, por alguma razão, você quer ser aceitado no grupinho de ignóbeis com os quais seu amigo anda e por isso decide gastar uma fortuna que não possui, simplesmente, para parecer "descolado".




Você se prepara para o show, veste sua roupinha mais maneira, seu tênis mais alegre e vai se encontrar com as pessoas. Ai quando chega lá, elas dizem: "Ai você não tá vestido pra esse tipo de show. Você não tem estilo hein!"




Convenhamos, uma pessoa que vai a um show de metal vestindo um terno está meio deslocada naquela situação mas isso não a impede de gostar de algumas batidas pesadas e cantar mais grosso que o negão do Sepultura.




EU imagino estilo como algo único. Você faz o seu estilo. Você escolhe o que quer vestir, o que quer ouvir, comer, jogar, ler e por aí vai.



Quando você deixa de fazer o que gosta para impressionar ou ser aceito por outros, quando você muda todo o seu jeito de viver, em prol de alguns acéfalos que mereciam ser esmagados por Tiamat, seu estilo deixa de ser único e passa a ser moda. E moda é algo ridículo.


E não falo de moda ao estilo Fashion Week, apesar de ser ridículo alguém andar por aí com aquelas roupas. Falo de moda no sentido de algo temporário. Quando uma bandinha nova surge, ela vai pro Faustão, atrai legiões de fãs incansáveis e histéricos que seguem os ídolos até no velório do tio-avó do melhor amigo de infância do primo de 3º grau deles. Aí, passam-se dois anos, nunca mais se ouve falar de tal bandinha, até que surge uma outra banda. E você olha para essa banda e vê que ela é exatamente igual a outra banda de dois anos atrás mas se ousar comparar as duas será assado pelos fãs psicóticos.



Ou seja, hoje em dia, é muito mais difícil você gostar de algo que fique fora do padrão de "moda". Se alguém chegar e disser "Eu gosto de Reistarti", o que todos pensam: "é emo". Se alguém gosta de uma banda de pagode, é pagodeiro, metal, rédibengui, punk rock, nazista ou skin head, axé, bahiano. Você não é mais capaz de dizer que gosta de Chiclete com Banana e também dizer que gosta de Iron Maiden, porque ou você rebola ouvindo Balanço do Chiclete, ou balança a cabeça e berra Aces High.




Pra resumir tudo, porque escrevi muito e me perdi na metade do negócio. Estilo é algo seu, você não deve mudar, por nada ou ninguém, a não ser por você mesmo. Se você se veste goticamente e está a fim de se vestir a um estilo mais "colorido", faça. Mas não porque alguém disse que é legal ou porque todos fazem, faça porque você quer, faça se é o que desejas, como diria Entei.




Se bem que se o Entei me dissesse pra deixar de ouvir Iron Maiden e passar a ouvir Hori, eu faria...




Enfim, concordo com Kotarou ao repudiar rótulos e posers. Sim, estou sendo hipócrita. Quando eu vejo alguém com a camisa da Fresno, que, recentemente, perdeu o seu vocalista devido a um acidente, a primeira coisa que penso ou digo é "emo". Como já disse, não sou juíz ou o Dredd para sair julgando ou rotulando alguém. Mas não pararei, mesmo tendo uma opinião tão contraditória às minhas ações. Como já disse, sou um hipócrita.



E não me olhem assim, vocês também são!




Kotarou também é. Mesmo repudiando rotular alguém, ele o faz. E não, isso não é um ataque àquele garoto de fronte nasal avantajada. É uma mera colocação suave, sem "double entendre", por favor.



Quando pararmos de nos comparar aos outros, de querer ser iguais aos outros ou de querer comer a perna dos outros, no caso de canibais, aí, talvez, deixemos de ser um pouco hipócritas sobre esse assunto de "estilos" e passemos a criticar o governo enquanto ficamos sentados assistindo a novela e bebendo um café Iguaçu.


Bjs para as meninas e high five para os manos õ/


E a imagem do post é meramente ilustrativa. Só me lembrei do Mighty Crocodile na hora que fui começar a escrever.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Missão Impossível


Ladies & Gentlemen, cá estou eu, interrompendo a emocionante história do jovem Mokozawa, para fazer algo que não é de minha índole. Contarei meu trajeto de vida de algum tempo para cá, sendo esse texto mais destinado a uma pessoa específica (espero que ela não me odeie por fazer isso [estilo recado pra Dani, do grande Cyber Oresko {procurem recado pra Dani no youtube}]), porém acho que meus amigos leitores desse blog merecem saber (se bem que alguns já sabem meio por cima) o que se passa em minha insana mente.

Em torno de 3 anos atrás, minha família começou a zuar em meu grande pai, devido a sua inexpressão. É algo admirável, de fato. Sua expressão de felicidade não é nada diferente da sua expressão de tristeza, desapontamento, emoção, surpresa, medo ou indiferença. A verdade é que sua face é constante e imutável.

Pensei profundamente quanto a isso, e conclui que essas habilidades deveriam ser encontradas em mim também. Em pouco tempo já usava-as bem, atazanando as pessoas e sendo rápido o suficiente pra que, quando olhassem pra mim, estivesse com o rosto sereno como se estivesse dormindo parado. Isso me foi muito útil, minhas avacalhações foram amplificadas devido a isso, e isso é bom.

2009, sai do meu amado Lampert e fui pro Liberato. Na época, havia brigado com muita gente do Lampert, e achei que seria bom uma total remodelagem das pessoas ao meu redor. Erro fatal. Odiei as pessoas daquele colégio, que acham que alegria é tirar 10 na prova, tristeza é tirar 5,9 e ser inteligente é ir bem nas mesmas. E devido ao meu desapontamento, minha inexpressão foi me dominando e assim eu fiquei conhecido como inexpressivo na sala. Não falava com quase ninguém, não me alegrava lá e tudo mais. 2009 foi assim a metade do ano, até que conheci o jovem Rambo e comecei a conversar com ele e me sentir um pouco menos arrasado.

2010, novas esperanças. Cuidei os alunos novos, em busca de alguém que me parecesse legal. Em minha turma entraram poucos novos, alguns até que me agradaram. Me tornei mais amigo de um pessoal da Eletrônica (eu faço Mecânica) e as coisas estavam indo melhor. Até que notei uma quieta garota em meu ônibus, que me despertou interesse. Ela me lembrava a mim no ano anterior, não falava com ninguém e estava sempre ouvindo música.

Tentei me aproximar dela, mas era algo difícil. Não tinha muitas oportunidades pra falar com ela, apenas no ônibus, e ela estava sempre ouvindo música ou lendo. Com o devido esforço comecei a conversar com a jovem senhorita. Até hoje não sei muito sobre ela, mas acabei descobrindo que ela não tinha muito em comum comigo. Eu sou um garoto mais antiquado, gosto de sair com meus amigos, ouvir meu rock e destruir tudo ao redor; ela é uma garota que gosta de festas, querida por todos e sem frescuras quanto a música.

Conforme ia conversando com ela, ia me sentindo melhor naquela escola. Finalmente havia alguém naquele colégio que eu queria ser um amigo mesmo, não um colega. Não era mais tão torturante acordar cedo, porque via como mais uma oportunidade de conversar com minha nova amiga. E com isso minha inexpressão foi enfraquecendo.

Nossa vida tem épocas. Eu gosto de dividi-las baseando-me em quem foi minha grande companhia durante o período. Existiu a época que eu falava demais com o Ryu, a época que eu falava demais com o Kyo, com o FrancoX, e assim por diante. Nessa época devo dizer que quem eu mais queria conversar era minha nova amiga.

No entanto, como nem tudo na vida são rosas, minha visão quanto a ela mudou. Nada especial, apenas os velhos sentimentos que todos jovens periodicamente acham que já se livraram, mas sempre voltam em momentos inoportunos (isso me intriga até hoje, já que quase não a conheço). Com o devido drama, expressei a ela, infantilmente (ainda sou um jovem gafanhoto, não tenho porque usar termos formais), o que eu sentia. Ela riu e tivemos uma rápida conversa sobre isso.

Chegando em casa, pus me a pensar sobre a situação, e ao notar tudo que havia acontecido, já não tinha mais vontade de ficar sério. Passei o resto do dia rindo sozinho, até que encontrei meus amigos velhos de guerra e ri mais com eles.

Hoje quis testar minha felicidade, e de fato me sinto muito melhor. Até mesmo meus colegas não estão mais me parecendo tão idiotas (alguns, pois ainda existe um número considerável de ignóbeis). Conversei muito mais e até posso dizer que me diverti um pouco hoje.

Espero que com esse texto que narre toda uma história de uma nação que lutou bravamente durante anos pela independência, ela veja que eu não sou um completo idiota louco, e espero ansiosamente pelo dia em que ela vá querer e poderá me acompanhar em alguma batalha épica fora daquela escola.

Presto meus agradecimentos a jovem senhorita que me proporcionou essa alegria interior, aos meus amigos que tiveram o prazer de me ferrar quando tiveram chance, ao Bino por proporcionar loucas aventuras todos os dias, a Galileu Galilei, subordinado do Bino, por pechar em um ciclista em um dia já passado dessa semana e a Ala Zanha, por manter nosso mundo em segurança.

terça-feira, 11 de maio de 2010

As Fábulas de Um Mago - "O Fim"




O demônio caiu no chão. A magia de cura de Pristsenchas o atingira no peito e deixara uma enorme queimadura.
O Esquecido correu em direção aos outros dois e botou-se a curar Krey.

"Eu sabia! Eu sabia! Eu disse para não virem para cá!"

"Pode salvá-lo?"

"Com o que tenho aqui, não. E com esses ferimentos, ele não vai aguentar."

"Me...deixem! Fujam! Eu cuido dele."

"Claro que cuida. Da mesma maneira que estava cuidando até agora! Fique quieto aí e me deixe colocar esses curativos, homem!"

"Você matou ele...a coisa?"

"Não! Claro que não! Nada mata um demônio. Nada deste mundo, pelo menos."

"Então o que faremos?"

"Sair daqui. Demônios ficam selados em lugares como este e não podem sair a não ser que sejam libertos por um clérigo poderoso. Ele não vai poder nos seguir."

"Ok, vamos. Eu carrego Krey e você o cura."


O trio atravessou a ponte e correu em direção as escadas, na mesma hora em que o demônio levantava e brandia seu chicote contra as paredes da caverna.


"Lá vem ele!"

"Rápido!"

Mas o monstro era como uma sombra, se movia rapidamente e não podia ser visto. Surgiu do chão, a frente dos viajantes e brandiu o chicote em direção ao mago. Não houve dor. O rapaz sentiu algo molhar o seu rosto. Abriu os olhos e viu Krey parado a sua frente, sem cabeça. Se sacrificara para salvar o mago.
Tomado por uma raiva que nunca sentira antes, o mago se levantou e começou a recitar palavras élficas rapidamente. Prist se assustou com o que via. Nem o próprio mago sabia que conhecia aquilo. Eram palavras nunca usadas por nenhum mago de seu tempo. Palavras antigas, usadas pela linhagem arcana de Kael, líder e pai de todo o seu povo.

"Prist! Use um feitiço e aumente meu poder!"

"Mas...você vai destruir o lugar!"

"Mas vou causar um grande estrago nele também!"

"Mago...seu louco!" - berrou Prist, usando um feitiço para aumentar o poder da magia do mago.

"Não funcionará, elfo. Nada pode me matar."

"Hahaha! Não quero lhe matar. Só quero sair daqui e beber um copo de hidromel!"

"MORRA, MAGO!"

"AAAAAHHH!"

Um raio de luz saiu do Monastério, seguido de uma enorme explosão. Dos vilarejos próximos, todos viram a enorme chama que saia da montanha. O homem na taverna viu aquilo e disse para si mesmo : "Enfim, começou."

As Fábulas de Um Mago - "O Deus"





Diante deles estava algo que não podia ser explicado. Algo que suas mentes se negava a tentar entender. Um ser feito de pura energia negra, vindo das Trevas, seu corpo feito de fogo, brandindo um chicote ameaçadoramente.

Vendo o desespero que sua forma real causava à mente dos aventureiros, o ser decidiu tomar uma forma mais humana, mais compreensiva para a mente mas não menos poderosa e maligna.

"Há tempos que alguém não entra em meus domínios." - disse o ser, sua voz capaz de inspirar medo nos mais bravos guerreiros.

"Quem...o quê é você"? - perguntou Kreyast, avançando em direção ao ser.

"Eu? Algo que sua mente nunca será capaz de entender. Sou o tudo e o nada. A luz e a escuridão. A esperança e o sofrimento. Vida e morte. Guerra e paz. E acima de tudo, o Caos."

"Você...é um Deus..."

"Sou algo muito superior. Algo que vocês não seriam capazes de colocar em palavras."

"O quê você faz aqui? Você é o guardião?" - perguntou Kreyast, em tom de desafio.

"Não gosto do seu tom de voz, ser." - disse o demônio, balançando a mão e fazendo Krey voar em sua direção - "Talvez eu devesse quebrar o seu corpo agora mesmo..."

"Tente! Verás que não és mais rápido do que uma flecha disparada por um caçador élfico, descendente dos Highborne e filho de Kael'Thas!" - bradou Snufu para o demônio, levando a mão a aljava, retirando três flechas e prendendo-as firmemente no arco.

"Falas muitos nomes mas não me demonstras nada, filho de Kael. Vejo que seu pai ainda é um elfo inútil que não é capaz de dar um treinamento decente...e um pouco de respeito para os seus filhos...Como se chamas?"

"Meu nome é Snufupugos, guerreiro de Sunspire!"

"Muito bem, Snufupugos, guerreiro de Sunspire. Me chamo Mor'ghor..."

"Se és tão poderoso...porque queres saber o nome de um mero elfo? - perguntou o mago.

"Apenas gosto de saber o dos insolentes que mato."

E falando isso, bastou que levantasse um dedo para que o corpo de Snufupugos fosse rasgado ao meio e voasse para dentro do abismo.

"SNUFU!!" - berrou Krey.

"Fui piedoso. Deixei sua alma livre. Ele será capaz de voltar, isso é, se conseguir escapar do local que o enviei..."

"Maldito! MORRA!"

Krey puxou uma flecha, o mago a encantou com o seu poder arcano e ela atravessou a cabeça do demônio que urrou de dor e caiu ao chão.

"Snufu....seu maldito..."

"Vamos Krey. Vamos embora daqui antes que algo mais aconteça."

"Está certo.....mas depois, nós...AAAHHHH!"

"Krey!"

Krey estava parado no ar, sem um de seus braços, seu estômago perfurado por uma adaga.
O demônio se levantara e começara a tomar a sua forma original, o medo começava a voltar a mente dos aventureiros.

"Desrespeitosos...insolentes...e poderosos. Gosto disso! Pena que não gosto de ter escravos. Morram, pequenos elfos."

O demônio levantou o seu chicote e o lançou em direção aos dois elfos. Um estrondo encheu a caverna e a sensação de medo passara. O mago se sentia bem, feliz, como se tivessem lhe devolvido a esperança. Olhou para a ponte e deu o primeiro sorriso verdadeiro que dera nesses dezoito anos. Pristsenchas chegara.

As Fábulas de Um Mago - "O Mal"




Kreyast e Snufupugos conseguiram escapar, devido ao sacrifício do mago, e agora descansavam em um canto escuro do Monastério, onde não seriam vistos.


"Prist não virá..."

"Como sabes?"

"Ele teme este lugar. Nunca quis vir, sente que há algo poderoso e acima de tudo, muito maligno rondando este lugar. Devemos completar a missão e sair daqui o mais rápido possível."

"Então, vamos. Paremos de desperdiçar tempo esperando pelo mago. Temo que ele também não virá."

"O que mais esperaria de um mago? Deve ter escolhido voltar para a sua casinha onde pode comer com a sua querida mãe. Bah! Fracos!"

"Repita isto se não teme a morte, Snufupugos!"

Os dois se viraram, incrédulos. Ali estava o mago, sangrando, fraco mas ali estava. Voltara, pois, mesmo com inúmeras diferenças, considerava-os companheiros e não queria fazer o mesmo que os humanos fizeram com o seu povo. Não podia abandonar um aliado mesmo que isto custasse sua vida.

"Sabíamos que voltaria, garoto!"

"Percebo..."

"Chega de papo, agora que você voltou, devemos continuar. São só mais alguns metros até a descida."

Avançaram correndo, estavam excitados por ficarem tão perto de conseguir completar aquela missão após tudo o que acontecera. Mas uma coisa incomodava o mago. Antes de lhe trazer de volta a vida, o Espírito Curandeiro lhe dissera:

"És um guerreiro honrado por voltar para seus companheiros mas, saiba, será em vão..."

O elfo estava pensativo. Em vão? Quer dizer, não conseguiriam completar a missão? Ou será que...ele morreria novamente?

"Ei, mago! Olhe para onde vai. Não vai querer cair aí."

Olhou para baixo e viu que estavam sobre uma ponte minúscula. Mal passava um homem em pé ali. Se não tivesse sido alertado, certamente estaria caindo, neste momento.

"Sinto algo estranho, como se nos observassem..."

"Não diga bobagens, Moko. Não há ninguém aqui. Só os fantasmas dos elfos antigos. Diga-me, temes fantasmas?"

"Hahahaha! Muito bom! Um elfo que teme fantasmas...só podia ser um mago..."

"Cale-se ou queimo esta porcaria que chamas de rosto. Não são fantasmas...é algo maior...mais poderoso e acima de tudo, muito maligno..."

Os dois caçadores pararam e se viraram para o mago, espantados:

"O que você disse, mago?"

"Que sinto algo aqui..."

"Não...você disse poderoso e..."

"..e maligno."

"Krey...as mesmas palavras que Prist descreveu o que sentia...será que realmente há algo aqui?"

Com um sorriso Krey respondeu: "Se há, só há uma maneira de descobrir, não é? Avançemos!"

Com um certo receio, avançaram, mas muito pouco. Deram apenas alguns passos e sentiram, todos, a mesma sensação de estarem sendo observados por algo enorme, magnânimo...algo como um deus.
Pararam novamente, se sentindo cada vez mais suprimidos diante daquela sensação. Não podiam continuar pois sabiam que a figura estava ali e não podiam voltar pois sabiam que o medo os faria cair.

"Mago...acenda uma luz..."

"Krey! O que quer fazer? Quer chamar a atenção do que quer que seja essa coisa?"

"Não...só quero ver o que vai nos matar..."

"O que vai....Krey....."

"Mago...acenda."

E assim, o mago, temeroso, levantou o seu cajado e acendeu uma luz mínima na sua ponta mas que foi o suficiente para que ele enxergasse a coisa mais terrível que já vira...

As Fábulas de Um Mago - "Morte"




O trio foi ao Monastério da Ordem e esperou por algum tempo. De repente, um homem, vestindo a mesma capa negra, o mesmo capuz vermelho, usando o mesmo arco e também acompanhado por uma besta, surgira. Outro elfo caçador.

"Snufupugos! Qual foi o motivo da demora?"

"Encontrei alguns inimigos e fui caçá-los. Sabe como é, não consigo resistir a emoção de seguir uma presa."

"Sempre assim. Rapaz, este é Snufupugos, outro caçador, como eu. Esta é sua besta, Kyral. Snufu, esse é Moko, um mago que salvamos a pouco."

"Mago? Ele serve para alguma coisa?"

"Não muito mas pode servir de alvo para os inimigos enquanto passamos. Vamos logo para dentro.


Seguiram por um caminho que subia pela montanha e chegaram na entrada do Monastério. Viraram a direita e subiram uma escadaria. Silenciosamente, derrubaram as sentinelas e passaram por um portal que dava em um corredor. Iam cada vez mais fundo para dentro do Monastério, sem encontrar ninguém. Nenhum guarda, civil, nada. Tudo quieto demais.

"É uma emboscada..." - sussurrou Pristsenchas.

"Nós sabemos disso, Prist. Daremos a eles o que querem. Formação!"

Os quatro entram em formação, os caçadores a frente, o mago atacando a média distância e Prist os curando, enquanto inimigos surgem por um corredor a frente.
A batalha é sangrenta e difícil. Como dissera o homem da taverna, aqueles guerreiros eram a elite da Ordem. Atacavam exatamente os pontos vitais, não desperdiçavam tempo tentando prever ataques, somente atacavam e atacavam. Verdadeiras máquinas de matar.
E isso era a sua derrota. Não foram capazes de prever a estratégia do grupo. Se concentravam nos caçadores e em suas bestas e não perceberam que o mago estava lhes atacando.
Quando se deram conta, já era tarde demais. Os caçadores saltaram para o lado ao mesmo tempo em que uma bola de fogo surgia em meio aos inimigos e explodia, destruindo a todos.

"Ótimo, mago. Viu? Você está aprendendo alguma coisa andando comigo."

O mago olhou para Krey que estava sendo curado por Prist. Ele fingia estar bem mas era perceptível o enorme ferimento que sofrera nas costas. Aquilo sem dúvida deixaria uma cicatriz feia.

"Vamos avançar e..."

Mas Krey fora interrompido por um grupo de inimigos que vinha por trás e os cercava.

"Prist! Cure-nos, depressa!"

"Droga! Krey, Prist está morto!"

"MORTO?! Maldição!"

"E agora, o que faremos?" - perguntou o mago, enquanto corriam pelos corredores com um bando de inimigos no seu encalço.

"Ele tem uma das pedras da Ressurreição, todos temos. Mas até ele chegar aqui, será tarde demais!"

"Não...não será..."

"O que pensa que está fazendo, mago?! Não pode com todos eles!"

"Não pretendo matá-los todos, somente atrasá-los para que vocês arranjem algum lugar seguro."

"Mago, você não sairá vivo."

"Eu sei. Lhe disse, não me importo em morrer desde que leve alguns desgraçados junto."

"Vamos, Snufu. Vamos avançar."

"Sim...assim que encontrar o Espírito, volte para cá, mago!"

"Hehe...voltarei."

Os dois caçadores foram correndo. Deixaram o mago para trás, que conjurava uma barreira de mísseis arcanos que explodiam o que tocavam. Mas os inimigos eram muitos. Logo, a barreira fora subjugada e o mago, atravessado por diversas lâminas. Não sentira dor. Só um vazio, como se algo fosse arrancado de seu corpo. Como se caísse infinitamente mas logo essa sensação foi trocada pela mesma sensação que sentira quando fora curado, uma paz total.

Olhou para os lados, estava do lado de fora do Monastério. Via o mundo de outra maneira. Via o espírito das coisas, de cada ser vivo.
A sua frente, um enorme ser branco com asas. Pensara ser um anjo mas tais coisas não existiam no mundo dos homens. Era um Espírito Curandeiro. Nunca vira um, mas sabia o que era. Então, o ser falou, sua voz suave e reconfortante:

"Vejo que tens permissão dos deuses para que lhe seja dada mais uma chance de viver. Posso realizar isso, meu guerreiro, mas terás um preço a pagar."

"Nem os deuses podem dar algo de graça, huh? Tudo bem, qual é o preço?"

"Ressuscito-te agora e estarás aqui, com seu corpo como era, totalmente saudável e cheio de poder arcano. Mas ficarás mais fraco por um certo período de tempo. Teus ataques não surtirão efeito em teus inimigos. Ou então..."

"Tenho outra escolha?"

"Tens, sempre tens. Podes vagar até o local de sua morte e entrar novamente em seu corpo, porém, voltarás sem vida, quase morto e sem poder. Decida-te, jovem. Voltas aqui, com todo a sua majestosidade ou voltas aonde estão seus companheiros, fraco, porém podendo lhes ajudar? A escolha é sua..."

As Fábulas de Um Mago - "Grupo"





Após alguns minutos de caminhada, chegara a fazenda. E se espantara. Nunca vira uma quantidade tão enorme de espíritos reunida em um só local. Com certeza, aqueles paladinos estavam tramando algo muito perigoso.
Mas isto não era da conta dele. Aprendera a não se meter nos assuntos dos outros. Fazia seu trabalho, recebia o ouro e ia embora. Simples e rápido, sem complicações. Mas desta vez, é lógico que haveriam complicações. Deveria matar os espíritos que os paladinos estavam invocando, provavelmente, para invocar algo muito maior e terrível. Não creio que eles fosse ficar felizes caso estes espíritos sumissem.

"Hmmm...parando pra pensar...acho que fiz um mal negócio com aquele homem."

Porém, o ouro era necessário. Precisava do dinheiro para viajar para a capital dos Orcs e encontrar o líder do povo. Sem ouro significa sem viagem. Então, qualquer trabalho que rendesse uma moedinha deveria ser feito.


E lá foi ele, "matando" os espíritos, que pareciam nem perceber que ele estava ali. Mas, por um segundo, o garoto teve a impressão de que um dos espíritos tentara lhe atacar. Após algum tempo, descobriu que não era impressão. Os espíritos estavam atacando-o em bandos, muito organizados, algo impossível de ocorrer.
Fora cercado. O único som que se ouvia era dos zunidos de suas magias que voavam para todos os lados. Fogo, gelo, arcanas. O rapaz usava tudo o que tinha contra aqueles seres mas a cada um que matava, três começavam a surgir. Olhou para o lado e viu um espírito a alguns centímetros de seu corpo. Só teve tempo para conjurar uma explosão, o que acabou destruindo o ser e atirando o mago a alguns metros de distância.

"Hehe...venham monstros...ainda não comecei a lutar de verdade..."

Foi quando uma luz o envolveu e sentiu como se sua vida fosse restaurada, uma paz interior que nem o mais temível inimigo seria capaz de abalar.


"Até que você é bem competente, para um mago!"

Olhou para trás e vira um elfo, coberto com uma capa negra e um capuz vermelho. Seu arco com detalhes dourados e um imenso rubi em cada ponta disparava flechas sem interrupções, cada uma atingindo a testa de um espírito.
Uma besta, um tigre ou o que quer que fosse, saltara do lado do homem e viera se juntar a batalha.
De longe, um dos Esquecidos curava o seu companheiro élfico.

"Vamos, garoto! Não te salvei para que ficasse atirado no chão me olhando com cara de idiota! Levante e lute!"

O garoto levantou em um salto, já lançando magias para todos os lados.

"Ei, segurem eles um pouco. Vou conjurar algo grande..."

"Espero que saiba o que está fazendo, mago! Não vou salvá-lo novamente!"


O caçador e sua besta chamaram a atenção dos inimigos, enquanto o mago recitava uma linguagem élfica muito antiga, esquecida a tempos. Uma luz azul começou a emanar das palmas de suas mãos. Um círculo azul aparecera no chão, sob os pés dos espíritos. E então o mago berrou : "Por Kael!" e uma chuva de estacas de gelo começou a cair do céu. Os espíritos não tinham para onde fugir. O caçador os fizera entrar em uma formação circular perfeita, o que estava causando a sua total aniquilação. Em poucos segundos, nada mais restava, somente uma pequena crosta de neve sobre a grama.

"Impressionante, mago! Você se mostrou útil para algo além de ser salvo."

"Ah....ah.....cale-se....ah...ou faço o mesmo com você...." - disse o mago, já sem fôlego.

"Duvido que sejas capaz mas podes tentar a hora que quiser."

"Espere...eu recuperar...o fôlego..."

"Hahahahaha! Boa, elfo. Enquanto isso eu vou beber uma cerveja com meus companheiros e me juntar a algumas concubinas!"

"Faça. Enquanto você se diverte com essas mulheres, eu lhe ataco pelas costas."

"...Não há honra para o guerreiro que ataca alguém pelas costas!"

"Não sou guerreiro, sou mago"

"Ele te pegou, Kye." - disse o Esquecido, que até agora só olhava a cena.

"Cale-se, Pristsenchas! Ou te atiro de volta naquele esgoto!"

"Digam logo o que querem em troca de me salvar..."

"Você é direto, garoto. Isso pode ser bom...ou não..."

"Ou não?"

"Normalmente, caras diretos são cabeça-quente. Se atiram de cara na batalha, sem analisar a sua situação...Os primeiros a morrer."

"Hehe...se quer saber...não ligo se for morrer ou não. Desde que eu leve o máximo de desgraçados junto comigo, tudo bem."

"Deixemos de conversa e partamos para a ação. Garoto! Você virá em uma missão conosco. E não negue, me deve por ter salvado a sua vida. Só temos que esperar mais um companheiro nosso...Me diga, qual é o seu nome?"

"Nome não importa na batalha...após uma semana de mortes e sofrimento, ninguém mais possui nome."

"Fala bonito e luta como uma donzela. Bem, lhe chamarei de Moko. Me parece um nome apropriado para você. Me chamo Kreyast. Este aqui, é meu companheiro, Krell. O Esquecido ali se chama Pristsenchas."

"...Moko?"

"Hahahaha! Moko é o nome de uma das vacas de minha família. Inútil como você."

"Moko...gostei disso..." - disse Pristsenchas mas estremeceu ao ver o olhar que o mago lhe dava - "mas acho que vou chamá-lo somente de mago..."

"Vamos em direção ao Monastério. Temos que esperar Snufu lá.

E assim, o grupo partiu para o Monastério da Ordem dos Paladinos Escarlate. Não imaginavam quão tola fora esta decisão...

As Fábulas de Um Mago - "Prólogo"






Após alguns segundos terrestres pensando se deveria compartilhar essas histórias, decido que sim, devo compartilha-las, pois afinal, vivo em uma democracia e sou livre para postar o que eu quiser, com o consenso da Interpol, é claro.
Este conjunto de fábulas retrata as aventuras de um mago por uma terra desconhecida para ele, em busca de glória e companheiros para compartilhar uma boa dose de hidromel.



Um certo dia, um jovem rapaz, um belo exemplar élfico se me permitem dizer, acordara em sua cidade natal. Nada acontecia por lá, era tudo muito pacato. No máximo, alguns homens caçavam enquanto as mulheres cuidavam de suas casas. Uma cidade comum, até demais.
O rapaz completara 18 anos, idade em que um elfo deixa de ser uma criança mimada e se torna um guerreiro. Era hora de falar com o mestre e se tornar um caçador. Mas aquele garoto não queria ser um deles. Queria fazer as pessoas deixarem de pensar em elfos como seres altos, loiros, com arcos e uma capa. Queria se tornar algo mais profundo, mais glorioso, mais poderoso. Queria ser um mago. Porém, desde que os humanos traíram os ancestrais deste povo e os deixaram para morrer nas mãos dos inimigos que invadiam, a magia arcana já não se fazia tão presente quanto no passado. Mesmo com todo o seu conhecimento, as fontes de energia arcana que possuíam não eram tão avançadas. Mas dane-se isso tudo, o garoto queria ser um mago e isto é o que ele se tornou.

Após um longo e intenso treinamento, lá estava ele. Em frente aos portões da cidade, um genuíno mago. Não podia mais permanecer lá, magos não eram bem-vindos. Então, partiu em direção a capital dos "Esquecidos", um grupo de guerreiros que conseguiu escapar do comando das Trevas e construira sua própria cidade.
Por um longo tempo viajou, até que encontrou a cidade. Ficava embaixo das antigas ruínas da capital humana e era habitada por todo e qualquer tipo de ser que vivia nos Reinos do Leste.
Montado em seu Strider, uma espécie de falcão terrestre, o jovem entra na taverna da cidade e começa a puxar assunto com alguns homens que estavam no canto mais escuro. Não via seus rostos pois estavam encobertos por capuzes negros e vermelhos mas percebia que também eram descendentes dos Highborne dos tempos antigos.
Se aproximou do grupo e tentou arrancar alguma informação deles:

"Olá, senhores. Posso me sentar junto a vocês?"

Os homens o analisaram por um bom tempo, até que um deles soltou uma gargalhada e disse:

"Sabe caçar?"

"Não muito bem...normalmente os animais que caço acabam torrados."

"HA! Mais um desses malditos magos! Traindo nosso povo, buscando ajuda dos demônios! Para que, me pergunto? Só para mostrarem que são melhores do que nós, caçadores! Suma daqui! Não precisamos de um traidor fedido como você!"

"Como quiser, senhor. Foi um prazer."

O rapaz se dirigiu a saída, quando um residente da cidade que vira o ocorrido lhe chamou:

"Ei, mago. Venha cá, tenho uma proposta para você."

"Diga o que queres, criatura."

"Possuo uma fazenda...na verdade, não é minha mas...enfim, alguns espíritos dos camponeses que foram mortos na guerra começaram a aparecer lá e agora a alguns paladinos também... No início achei que eram aliados, eles vestem nossas roupas e usam nossa bandeira mas quando me aproximei, me atacaram com flechas. Agora não posso voltar para lá!"

"Ainda não me disseste o que queres, homem..."

"Quero que expulse aqueles espíritos e os paladinos!"

"Sou um mago, não um exorcista."

"Não minta! Sei que magia pode tudo, até transformar as coisas!"

"Verdade...posso transformar coisas...como pessoas em cabras, gostaria de tentar?"

"Droga, elfo! Diga logo se me ajudará ou não!"

"Devia procurar um feiticeiro. Eles tem algum conhecimento em demonologia, seriam mais úteis."

"Não confio neles...andam por aí, com seus criados demônios e seus cavalos flamejantes. Argh! Sinto náuseas só de pensar naquele cheiro de carne queimada."

"Tudo bem, homem. Me diga onde é a sua fazenda que verei o que posso fazer."

"Pegue este mapa. Está marcado onde você deve ir mas aconselho a levar mais algumas pessoas. Não pelos espíritos mas pelos paladinos. Soube que eles são a elite da sua classe."

"Um mago não teme estes idiotas que se dizem mensageiros divinos. Eles possuem a luz divina, nós, possuímos os poderes dos demônios antigos. Veremos qual caíra primeiro."


E assim, o rapaz deixa a cidade e vai ao local que o mapa do homem indicava. Nem percebera que estava sendo seguido...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Livro de Ymir, Capítulo 2.3


O Livro de Ymir, na mitologia nórdica, é o grimório que narra as maiores aventuras dos mais bravos guerreiros da Terra. É lá, naturalmente, que você encontrará as incríveis histórias do grupo de guerreiros místicos poderosos denominado Ala Zanha.


A passagem a ser contada agora é sobre o ponto de vista de Sir Kotarou.




Capítulo II




Poderia ser apenas mais uma tarde de sol qualquer, mas os bravos guerreiros da mais poderosa, famosa, genial e invencível equipe haviam combinado de desbravar novos horizontes. Estava em meus domínios, aguardando calmamente e tomando um whisky de 1945, quando chegam meus convidados. Já não me recordo da ordem de chegada, mas quando Mokozawa chegou, eu, ele, Barba Ruiva e Colono nos dirigimos aos domínios de Ryu, e em seguida de Kyo, sendo que o primeiro estava apenas com um pônei, e o segundo sem montaria, enquanto os outros estavam a cavalo.


Após uma boa confraternização, sugeri uma ida a lendária Morada das Acácias, que em conversas de tavernas as vezes pode ser entendida como “vou lá namorada das acácias”, quando deveria-se entender “vou lá na Morada das Acácias”. Meus companheiros aceitaram rapidamente, e nos dirigimos lentamente até o local.
Barba Ruiva se interessou por uma floresta, e Colono, como um bom seguidor, foi atrás dele, porém deixando sua montaria para trás. Os outros cavaleiros ficaram em frente a floresta esperando, até que notei que era a hora de começar uma batalha que devastaria nações. Sugeri uma fuga, deixando os dois jovens perdidos. Rapidamente todos aceitaram e nos deslocamos para longe.


Após algum tempo, no topo de uma colina decidimos que eu e Ryu iríamos patrulhar determinadas duas decidas, enquanto Mokozawa e Kyo patrulhariam outras duas. Minha memória quanto a esses momentos esta escassa, devido a pouca importância, até que, na parte baixa da colina, me deparo com Kyo correndo desesperadamente. Perguntei-lhe sobre Ryu, e ele reportou que nosso companheiro tinha sido capturado. Cori em disparada juntamente com ele, já que num campo de batalha não há tempo para lamentações. Passados alguns instantes, reunimo-nos com Mokozawa e discutimos o futuro da nação. Ficamos zanzando e explorando o território separadamente, até que avisto ninguém menos que Barba Ruiva. Diante dessa situação, sorri como um homem que enfrenta uma onda gigante e fui em direção ao inimigo. Ao passar por ele, eu disse “declaro guerra”, e ele respondeu “aceito”, e assim cada um de nós foi por um caminho.


Durante inúmeras horas fiquei sem ver meus companheiros, perguntando-me se ainda estariam vivos e sadios, até que, ao olhar pra trás me deparo com Barba Ruiva novamente. Fui rapidamente em direção a um íngreme morro, e enquanto subia ouvi os berros de dor do cavalo de Barba Ruiva. Como um cavalheiro, me dirigi até ele para ajudá-lo, até que ele me atacou com um de seus mais mortais golpes, o Quebra-Nozes.




Ele foi embora, mas minha honra ficou ferida. Fui atacado devido a compaixão para com meus inimigos, e não há espaço para isso numa situação dessas. Me sentei por algum tempo e refleti sobre o que havia acontecido, até que resolvi levantar e seguir em frente. No momento em que me levantei, novamente me aparece Barba Ruiva, porém em outra direção vejo se aproximando Mokozawa. Ao tentar fugir, Barba Ruiva o avistou e disse “ah, não vai fugir não!”, mas como eu havia uma honra para recuperar disse “vai fugir sim!”. Ao arrancar com seu alazão, coloquei meu cavalo em frente ao de Barba Ruiva, impedindo o de passar e permitindo uma fuga perfeita de Mokozawa, o que me rendeu um “maldito!” antes que Barba Ruiva voltasse a persegui-lo.


Passado esse incidente, sentei-me e encontrei o jovem Ryu, juntamente com Colono. Sabia que a batalha havia se encerrado para nós, então ficamos conversando até que Colono resolveu pegar minha montaria e buscar por meus companheiros. Após algum tempo voltou sem sucesso, ao que exclamei “dê-me a montaria e achar eles eu irei!”. Adentrei as mais profundas trevas da Morada das Acácias, porém não os encontrei, e enquanto voltava para reportar o sumiço, me deparo com uma estranha cena.


Eu estava no topo de uma colina, e as planícies dela se estendiam a frente. Lá estavam vindo Mokozawa e Colono, tendo ao meu lado no topo da colina, Barba Ruiva e Ryu. Colono dizia que Kyo havia abandonado sua montaria, e eu pensava “não, ele não seria capaz disso” até que, de trás de uma árvore, vejo algo abanando para mim. Era Kyo, e me pergunto como ele estava ali sem ninguém tê-lo visto. Barba Ruiva pergunta-me sobre sua posição, e ao indicar a direção errada, Ryu vê-o abanando e denuncia sua posição.
Com todos reunidos, resolvemos nos retirar e preparar para a próxima aventura.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Livro de Ymir ~ by Mokozawa's point of view



O Livro de Ymir, mitologia nórdica e aquela baboseira toda. Todo mundo sabe o que é ou já leu algumas páginas, não? Bem, se não leram, saibam que perderam muita coisa congruente, porém, não temam pois irei relatar uma pequena passagem deste belo exemplar pecaminoso, aqui.



CAPÍTULO II (DOIS)
TREINAMENTO DE GUERRA



Mais uma acalorada tarde na província de Wempshire, 7 milhas ao norte de Payon, quando um jovem sai as pressas de casa. Fora chamado a uma reunião que não acontecia a algum certo tempo, e devo admitir, ele parecia um tanto empolgado com aquilo.
Em posse de sua montaria, que na época ainda não havia sido privada de uma de suas pernas, o rapazote cavalga em direção ao palácio de um de seus companheiros, Sir Kotarou.
Tudo ocorre remansadamente, o rapazote chega no palácio, faz a batida secreta no portão e lhe é permitida a entrada. Lá dentro já encontravam-se Barba Ruiva e um colono da região.
Após alguns minutos para um breve descanso e um pouco de hidromel, os jovens partem em direção a uma região inóspita do reino, onde os fracos são humilhados e transformados em escravos ou evaporados.
Lá, encontram-se com o Lorde da parte Norte da região, Sir Ryu, conhecido pela sua notória velocidade e destreza e com o Lorde do Sul, Kyo, principal causador das inundações e desaparecimentos misteriosos que lá ocorrem.

Passados alguns momentos para mais um pouco de hidromel, Kyo, sob muita pressão de seus colegas de auditório, aceita sair em uma pequena aventura, indo desbravar a malevolente Morada das Acácias.
Passeando pelo local, subitamente, Barba Ruiva sente uma vontade imensa de adentrar a floresta que ali havia. Por qual razão, perguntam-se? Talvez se eu disser que o Colono adentrou com ele, vocês possam gerar alguma idéia...
Sir Kotarou, sagaz, como sempre, propôe para os outros integrantes fugirem dali e deixarem Barba Ruiva aproveitar as condolecências anais do Colono sem nenhuma interrupção. E assim o fazem, montados em seus alazões, um deles com uma pequena deficiência devido às batalhas na qual participara, os rapazotes fogem dali e buscam se esconder para que não sejam encontrados, pois esta é a única razão para alguém se esconder, não ser encontrado, certo? Novamente, divaguei. Continuemos...

Os garotos se separam, cada um seguindo em uma direção diferente, e a partir deste momento, só poderei relatar o que o altivo guerreiro Mokozawa viu e viveu, pois somente o seu caminho que o Livro de Ymir me permitiu visualizar.
"Me separei do grupo. Parece que os "abandonados" ainda não terminaram a sua desbravação anal...Isso é bom, tenho mais tempo para arranjar algum lugar decente para me enfiar...Acho que vou procurar alguns galhos e construir uma cabana..."
E assim o garoto o faz, sai em busca de matéria-prima para montar o seu esconderijo, quando, descendo uma das colinas, avista o inimigo, e o inimigo o avista.
"Droga! Fui muito displicente com minhas ações! Me expus demais! Preciso sair daqui, logo."
Mas era tarde demais, Barba Ruiva o avistara, e com as energias recuperadas após sua folia junto de Colono, ele avançava para cima do jovem viajante com uma fúria e um ímpeto avassalador que somente o Minotauro de Creta seria capaz de igualar.
Mesmo sendo um jovem descrente e sem religião, o pequeno prodígio se põe a rezar, e como se o próprio Odin tivesse ouvido suas preces, a cela da montaria de Barba Ruiva se arrebenta, causando a sua parada brusca e possibilitando que Mokozawa escapasse.

O herói se une a Kyo e Ryu, ao pé de uma das colinas e descobre que Sir Kotarou fora capturado e tomado pelo lado das trevas. Sua salvação era impossível.
Após lamentarem a perda de seu companheiro e brindarem sua honra com um pouco de hidromel e pão-dos-elfos, os guerreiros começam a planejar uma aproximação, mas, uma visão sinistra surge diante de seus olhos.
No topo da colina, Sir Kotarou, ou o que restara de sua pobre alma, destruída por uma fúria incontrolável, olhava-os. Parado. Imponente. Então, levanta um de seus braços e o aponta em direção ao trio e pressentindo o que estava para acontecer, Kyo berrou: "DEBANDAR!!!"
Um segundo após, um frio intenso tomou conta de seus corpos. Era como se algo lhes privasse totalmente de sua felicidade. Suas mentes estavam fracas.
"Senti que era o fim. Olhei para atrás e avistei Barba Ruiva descendo a colina, mais rápido que Thor, ultrapassando a velocidade da luz de Aiolia. Neste momento, temi. Não por mim mas por Ryu, quando percebi que uma das pernas de sua montaria estava comprometida e não poderia prosseguir carregando-o. Olhei para Kyo, que possuía o mesmo olhar de terror e tristeza por saber o que estava prestes a ocorrer com nosso companheiro. Ouvimos o som da batalha. E assim como começara, acabou. Escapamos, mas as custas de mais um aliado."
"Fiquei patrulhando a região junto a Kyo. Estávamos abalados mentalmente pelo o que havíamos acabado de passar, mas continuamos, em nome de nossa honra de guerreiros da Ala Zanha."
Kyo e Mokozawa decidem se separar novamente, para aumentar a velocidade de sua patrulha. Tudo ocorre bem, eles patrulham e voltam ao local combinado. Porém, ainda era metade da tarde e aquele dia seria longo, muito longo.
"Alguma coisa estava errada. Estava tudo tão quieto, como se...como se pudessem observar cada movimento que fazíamos. Tenho que parar de pensar nessas coisas. Preciso me encontrar com Kyo e contar a ele que..."
Mas a sua frase fora interrompida, por um urro de raiva e puro ódio. Enquanto Mokozawa divagava sobre o que estava acontecendo, Barba Ruiva o flanqueara e agora vinha em sua direção, cavalgando furiosamente.
Mokozawa virou-se em direção a parte baixa da montanha e cavalgou. Cavalgou, cavalgou e cavalgou. Cavalgou até fazer os cascos de seu cavalo sangrarem. Atravessou rios, planícies, labaredas de fogo. Mas ainda era capaz de sentir as trevas o perseguindo.
Então, ao pé da montanha, avistou Kyo. Um súbito alívio o atingiu, porém sumiu, logo que na sua mente veio o pensamento de que do local em que Kyo estava, não era possível de se avistar barba Ruiva. O desespero o atingiu. Não ligava que Barba Ruiva o alcançasse pois sabia que ainda haveria Kyo para lutar contra o vil cavaleiro-negro. Porém, Kyo estava a alguns metros a sua frente, parado, esperando Mokozawa chegar, sem se dar conta de que o perigo estava logo ali atrás.
Mas, com exímia precisão cirúrgica, Mokozawa passa entre Kyo e um dos pilares que mantinham em pé o arco de entrada da montanha, e avisa seu companheiro: "Ele está vindo!"
"Onde?!", berra Kyo.
"Ali atrás!", responde Mokozawa
Kyo olha para o lado e vê Barba Ruiva a metros dele, destruindo as árvores em seu caminho, atropelando e estraçalhando cervos e coelhos, a sua fúria aumentando por demorar tanto tempo para alcançar uma presa.
Mas o que aconteceu a seguir, me fez crer, definitivamente, que Odin e seus aliados protegiam estes dois guerreiros.
A poucos centímetros das costas de Kyo, com seus dedos abrindo e fechando, prontos para agarrar o pescoço e dar um fim a vida do valente herói, mais uma vez, a cela de Barba Ruiva se arrebenta.
Com o pouco de força que lhe restava, Kyo começa a pedalar mais rápido e foge em direção ao topo de uma das colinas.
Mokozawa se esconde por algum tempo e começa a patrulhar novamente. Quando, no topo de uma das colinas avista uma figura amiga e corre em sua direção. Kyo estava escondido, entre pequenos arbustos, suficientes para esconder um anão ajoelhado ou um ser humano sentado. Amarrara seu alazão em um toco de árvore ali perto e colhera alguns frutos de uma árvore próxima.
Os dois começam a traçar planos de batalha para acabar de uma vez com a ameaça que era Barba Ruiva, quando ouvem as vozes do Colono e de Ryu. A dupla passava logo abaixo de onde eles se encontravam. Então, chegaram Sir Kotarou e Barba Ruiva e após algum tempo, partiram.
Mokozawa quis ver onde iam e decidiu segui-los. Tola decisão.

Ao pé da colina, foi avistado por Ryu e Colono, que estavam sem as suas montarias e foram fáceis de serem despistados. Decidiu voltar até Kyo, porém, quando chega ao topo, a poucos metros de seu amigo, avista Colono no outro lado da colina. Tenta se abaixar ao máximo que seu corpo lhe permitia mas ja fora avistado.
"Ele veio em minha direção. Mas o meu problema não era fugir. Colono possui uma capacidade mental comparável ao Quasimodo, mas, pela rota que ele traçava, logo ele avistaria Kyo, e então estaríamos perdidos."
Com um último ato heróico, reunindo toda a força que lhe restava, Mokozawa começa a correr em direção a Colono, para chamar a sua atenção, o que, surpreendentemente, é super efetivo.
Colono anda até ele, com um olhar triunfal por tê-lo encontrado. Mal sabia que acabara de cair no plano de Mokozawa.
Porém, o estranho corcunda avista o cavalo de Kyo.
"Está tudo acabado! Ele vai ver Kyo e vai chamar Barba Ruiva!"
MAS...Mokozawa se surpreende com a incapacidade mental do garoto:

"WOW! O cavalo do Kyo está aqui!"

"Sim...."

"Isso quer dizer...que ele está aqui por perto...."

"Não! Eu o vi correr para aquele lado!"

"Tem certeza? Não sei se ele abandonaria o cavalo dele..."

Então, Colono começa a andar pelo local, procurando por Kyo que se escondera atrás de umas minúsculas moitas.
Kyo estava agora, exatamente na frente de Colono, mas, incrivelmente não havia sido avistado! Ainda havia alguma esperança.

"Sim, tenho. Combinamos de nos encontrar lá embaixo mas tu fostes mais ágil do que eu e conseguiu me capturar. Vamos, eu lhe ajudo a encontrá-lo!

"Hmmm, tudo bem. Sabe, você é um cara bem simpático."

Mokozawa, discretamente, se vira e olha para Kyo que estava a beira de um ataque de risos devido a ignorância abissal de Colono.

Entretanto, Barba Ruiva, Ryu e Sir Kotarou chegaram. Colono lhes avisou que capturara Mokozawa mas que Kyo havia abandonado a sua montaria.
Ryu, que não havia sido tomado pelo lado negro, avista Kyo em meio aos arbustos. Isto a uma distância considerável, visando que Colono não o viu a alguns metros de distância...
Enfim, Kyo acena para Ryu, que retribui o aceno mas Barba Ruiva sente as intenções amigáveis de Ryu e, prontamente, percebe onde está Kyo, indo ao seu encontro e o enfrentando até a morte.




Aqui acaba o segundo capítulo de Livro de Ymir, segundo o jovem Mokozawa. Não sabemos o que ocorreu com Kyo, Barba Ruiva ou os outros integrantes desta jornada. Sabemos, pelo menos, que todos vivem, pois guerreiros como estes, não podem ser mortos enquanto suas lendas existirem nas mentes e nos corações dos que acreditam nelas.


Au revoir! E até o próximo capítulo, que tentarei decifrar ainda este ano õ/








sábado, 1 de maio de 2010

Vocalista da Fresno é encontrado morto em churrascaria da capital


Na noite de 1º de maio de 2010, após um show no evento "Atlântida Festival", o vocalista da banda Fresno se dirigia a sua casa quando seu carro foi atingido por um trem descarrilhado. Nenhum corpo foi encontrado no carro, porém, jovens fãs da banda encontraram seu corpo no banheiro de uma churrascaria, 2 horas depois do ocorrido, com uma mordida tenebrosa. Junto com seu corpo foi encontrado um memorando com os dizeres "beija o meu caralho". Segundo a polícia, o jovem teria dito no show "se a garota que você gosta esta do seu lado, beije ela agora!", e suspeitam que isso tenha acarretado em raiva de alguém que se ofendeu com a ocasião. Testemunhas oculares dizem ter visto um Ford Galaxy viajando a 240 km/h se dirigindo ao evento, com duas pessoas de aparência suspeita. O detetive Hardy Dick vai comandar o caso e espera encontrar o assassino.
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