quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Os bastardos mais azarados que já existiram




Não quero dizer que essas são as pessoas mais azaradas da história; sei que existem várias crianças famintas e vítimas de câncer por aí. Mas, às vezes, você vê alguém que sofre com casos de má sorte em que a chance de aquilo ocorrer seria de uma em um milhão, e ocorre de novo, e de novo e de novo, e você não pode evitar quando pára pra pensar se, em algum momento, eles não irritaram uma cigana com um olho de vidro.

Falo de pessoas como...


Jason e Jenny Cairns-Lawrence




Não foram somente os nova-iorquinos que ficaram traumatizados com os ataques ao World Trade Center. Turistas de todo o país e do mundo estavam na cidade naquele momento, assim como em qualquer outro dia. Turistas como o casal inglês Jason e Jenny Cairns-Lawrence, cujas férias relaxantes foram interrompidas pelo pior ataque terrorista da história, passando por um horror único.





Peraí... Eu disse único? Pois, quatro anos depois, em 7 de Julho de 2005, aconteceu de eles estarem em Londres, durante o pior ataque terrorista na história da Inglaterra. Uma série de bombas explodiu através do sistema de tráfego da cidade, matando 52 pessoas.

Nessa hora, eles devem ter pensado que estavam amaldiçoados ou, pior ainda, que estavam participando, sem saber, de um filme de ação que continuava fazendo sequências ruins. Mas, vocês sabem, New York e Londres são cidades enormes e, realmente, existe a chance de que alguma família estaria em ambos os locais nestes dias. Certo?




Mas não tinha acabado. Três anos depois, eles decidiram tirar outras férias. Desta vez, para a exótica cidade de Mumbai, na Índia.

Lá eles presenciaram o pior ataque terrorista daquele país, com tiroteios e bombas matando e ferindo centenas.





A propósito, se há algum grupo de suporte para "Eu tenho certeza absoluta que estou vivendo, sem saber, um filme de ação que fica produzindo sequências horríveis e sem criatividade", eles podem se juntar a Regina Rohde. Ela era uma estudante na escola de Columbine durante o pior massacre escolar da história, onde 12 pessoas morreram. Esse recorde foi batido oito anos depois, durante um tiroteio com 32 mortes em Virginia Tech... onde Rohde estava cursando a faculdade.


Violet Jessop





Normalmente, capitães de navios consideravam má sorte ter uma mulher à bordo quando fossem levantar a âncora. Diziam que mulheres deixavam o mar irritado. Por outro lado, a superstição dizia que se a mulher estivesse nua, o mar se acalmaria. Se Violet Jessop tivesse andado pelada por aí, mostrando seus dotes, talvez o Titanic nunca tivesse atingido aquele iceberg.





Porém, a história dela não começa no Titanic. Começa à bordo do navio irmã do Titanic, o Olympic. Em 1911, Jessop era uma criada no navio de luxo, tendo sua bunda apalpada por homens com enormes bigodes e vestindo longos casacos e que terminavam todas as frases com um "haroomph".

Em 20 de Setembro de 1911, o Olympic colidiu com um navio de guerra britânico. Ninguém se machucou neste pequeno acidente, mas Violet Jessop decidiu seguir em frente, para servir em um navio muito maior e "inafundável": o Titanic.




Olhem como é inafundável!



Ela levou consigo não só a mesma má sorte, mas também o capitão do Olympic: Edward J. Smith. Então, veio um iceberg e... Vocês viram o filme. Agora, eu sei o que vocês estão pensando. Dificilmente é má sorte que ela esteja nos dois acidentes quando o mesmo capitão estava comandando tudo em ambas as vezes. Certamente, o problema era ele, não?

Eu ainda não acabei.

Enfim, Jossep conseguiu chegar a um dos botes salva-vidas do Titanic e só pode assistir enquanto a maior metáfora do mundo sumia no meio do oceano, levando Jack consigo.




"Oh, Jack!" "Ah, Rose!"



Então, em 1916, após algum tempo longe do mar, Jessop se alistou para servir como enfermeira no Britannic. Obviamente, ele flutuou até uma mina e rapidamente afundou. Desta vez, o bote de Jessop não conseguiu se distanciar o suficiente do navio afundando e ela teve que pular na água. Sua cabeça bateu na quina do bote, mas ela sobreviveu e, pela terceira vez, voltou para a terra firme.

Violet Jossep morreu de insuficiência cardíaca congestiva em 1971 e foi enterrada no mar.


Robert Todd Lincoln





Quando seu pai elimina a escravidão, escreve um dos maiores discursos já escritos e atravessa o país inteiro no meio de uma guerra civil sangrenta, as pessoas passam a esperar algo grandioso vindo de você.

Entra Robert Todd Lincoln, filho de Abraham Lincoln, que nunca fez nada muito grandioso, porém ganhou certa notoriedade ao ajudar o Ceifador a coletar alguns presidentes.





Robert tinha 21 anos quando seu pai foi assassinado. Algum tempo depois, ele ingressou na carreira política e se tornou Secretário de Defesa sob a presidência de James Garfield. Em 1881, apenas a quatro meses no negócio, Garfield convidou Lincoln para um passeio a New Jersey. Antes que qualquer um pudesse entrar no trem, Garfield foi assassinado com tiros.

A Morte tirou umas férias de 20 anos, mas conseguiu encontrar Lincoln pela terceira vez, em Buffalo, New York. Ele estava lá a convite do recentemente re-eleito William McKinley.





Acontece que McKinley era o próximo alvo presidencial na lista da Morte. No meio de um discurso, um assassino atirou duas vezes nele. Lincoln não viu esse pessoalmente, mas estava na mesma sala e ouviu o barulho dos disparos. McKinley morreu oito dias depois.

Sabendo que não era nada além de má sorte para seus amigos presidenciais, Lincoln recusou todos os convites que vinham de presidentes, dizendo: "... acontecem certas fatalidades presidenciais sempre que estou presente.", o que é uma maneira formal de dizer: "Não enche, porra! Se eu for, vocês morrem!"


Ann Hodges




No dia 30 de Novembro de 1954, Ann Hodges estava tirando uma soneca em seu sofá. Desconhecido para ela era o fato de que um meteorito estava queimando seu caminho através do céu. A rocha se partiu em três pedaços durante a sua descida, sendo que um deles atravessou o telhado da casa de Ann e a atingiu no quadril.



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Mas isso poderia acontecer com qualquer um. certo?

Na verdade, não. Ela é a única a ter sido atingida por um meteorito.

...

Sério... Não há nenhum outro caso documentado na história da humanidade.

A sorte da Sra. Hodges mudou quando ela percebeu que tinha um fragmento de dinheiro em potencial do tamanho de um rim no chão da sua sala. Porém, um grande número de pessoas apareceu na casa dela dizendo ser os donos da pedra.




A Força Aérea dos Estados Unidos, que acredita na filosofia de que ser esmagado por algo caro não significa que você é o dono daquilo, pegou o fragmento, colocou-o em um helicóptero e o levou embora.

Eugene Hodges, marido de Ann, contratou um advogado e conseguiu o meteorito de volta. Eles receberam ofertas de até 5.000 dólares pelo fragmento, o que fez com que a sua caseira, Bertie Guy, roubasse-o e vendesse para pagar o conserto da casa.

As batalhas na justiça, a atenção pública e as ofertas mirabolantes acabaram se tornando demais para Hodges, que acabou doando o fragmento para o Museu de História Natural do Alabama, provavelmente limpando a bunda com ele antes de entregá-lo.


Roy Sullivan




Estatisticamente, a chance de ser atingido por um raio é de três mil para um. Portanto, ser atingido sete vezes é, mais ou menos, vinte e dois septilhões para um. Isso é 22,000,000,000,000,000,000,000,000. Para 1.

Ainda assim, não é uma diferença tão grande para Roy Sullivan, que era um guarda florestal no Parque Nacional Shenandoah, na Virginia. Ele foi, de fato, atingido por um raio sete vezes.

Alguns "cientistas" acreditam que o trabalho de Sullivan como guarda florestal em uma área propicia a tempestades possa ter algo a ver com isso. Eu prefiro pensar nele como um X-Man não-descoberto e com um dos piores poderes já vistos.




Sullivan foi atingido pela primeira vez em 1942, enquanto estava em uma torre de vigia. O raio atingiu sua perna e foi parar no dedão do pé, lançando a unha em direção ao espaço. Sullivan também foi atingido enquanto dirigia montanha abaixo, pescava, e dentro de uma estação de polícia. Você deve parar pra pensar se há algo de errado com você quando raios começam a te perseguir pra dentro de edifícios. Isso fez com que o cabelo dele pegasse fogo e Sullivan decidiu carregar um cantil com água onde quer que fosse. Três anos depois, ele foi atingido no tornozelo e como eu tenho certeza de que tornozelos não pegam fogo, a água foi inútil.




Até a esposa dele foi atingida enquanto secava roupas. Provavelmente eles estavam pendurando roupas de metal em um fio de aço quando ambos foram atingidos. As coisas acalmaram durante dois anos, mas ao ser atingido pela sexta vez, Sullivan contou que estava tentando fugir de nuvens que estavam "perseguindo-o".

Os raios, porém, não o mataram. Infelizmente, Sullivan se matou com um tiro aos 71 anos, por causa de uma garota. Na sua cara, raio!


Jeanne Rogers




Jeanne Rogers vive sua vida como em um seriado de comédia. Ela é, basicamente, o George Costanza (quem não conhece Seinfeld, se mate, por favor) feminino. Ela é mais um pé-no-saco do que uma amiga, sério, tipo aqueles reféns irritantes de jogos de tiro que tem uma AI terrível e precisam ser levados a algum lugar seguro, mas que sempre se atiram em direção ao perigo.

Claro, ela não foi atingida por raios tantas vezes quanto o Roy aí em cima, mas ela foi atingida. Duas vezes.




Então, aos 18 anos, Rogers estava em um cruzeiro, tirando fotos com uma amiga. Ela recuou um pouco demais e caiu no oceano. Sua amiga correu para ajudar, mas escorregou e acabou caindo e ficando inconsciente. Após acordar, a amiga fez o navio voltar para salvar Rogers.

Anos depois, ela estava andando tranquilamente pela rua com seu filho que gritou: "Mamãe, passarinho legal!", logo que um morcego agarrou a cabeça dela. Em pânico, ela começou a bater nas portas freneticamente para conseguir ajuda, mas cada vez que alguém abria a porta, eles decidiam que gritar era a melhor maneira de ajudar. Os gritos irritaram e confundiram o morcego, que começou a mijar no cabelo dela e arranhar a cabeça.

Chorando e desesperada, um conhecido finalmente deu a Rogers a chave de seu carro para que ela pudesse dirigir até o veterinário. O conhecido decidiu não levá-la porque deste jeito é muito mais divertido.



OK, isso é, tipo, o mesmo enredo de um episódio de The Office...



A parte não-engraçada das peripécias de Rogers inclui ser assaltada, levar um tiro, ser estrangulada e cair em um bueiro aberto. "Morrer não me assusta, mas viver me deixa assustada pra caralho!", disse Rogers.


Tsutomu Yamaguchi




Nascido em 1916, Tsutomu Yamaguchi estava em uma viagem de negócios a Hiroshima no dia 6 de Agosto de 1945. Assim que ele desceu de um bondinho, uma bomba atômica explodiu a menos de dois quilômetros de distância, fudendo tudo em seu caminho de uma maneira extraordinária. Ouvidos destruídos e temporariamente cego, Yamaguchi cambaleou ao tentar descobrir que merda havia acontecido.



"Oh."



Após passar uma noite em um abrigo anti-aéreo, Yamaguchi decidiu que Hiroshima provavelmente não era o lugar mais seguro para se fazer negócios, e então voltou para casa.

Para Nagasaki.

Alguns dias depois, Yamaguchi estava no escritório de seu supervisor, contando a história de seu encontro com esta super bomba mítica vaporizadora de cidades. E, justo quando ele tentava explicar para o chefe que é impossível vender carros em uma cidade que está literalmente em chamas, houve o distinto som que poucos homens na Terra além de Yamaguchi teriam reconhecido: o de outra bomba atômica, novamente detonando a menos de dois quilômetros.




Yamaguchi não somente sobreviveu (e, de alguma maneira, não ganhou nenhum super-poder), como ainda viveu até 2010, morrendo com 94 anos de idade. Ele usava esta tragédia para mostrar para as pessoas o perigo das bombas atômicas. Ele escreveu livros sobre a sua experiência e era um protestante anti-nuclear, apesar de ele ser o único cara por aí que deveria dizer para não nos preocuparmos com ogivas porque, sério, você pode simplesmente sair andando dessa merda.


sábado, 3 de setembro de 2011

Filmes maneiros baseados em livros





Ninguém mais lê livros nos dias de hoje. Afinal, qual é a moral? Um romance nunca poderia ser tão foda quanto, digamos, assistir Sylvester Stallone arrancar a cabeça de um cara com socos. Ou será que poderia?

Acreditem ou não, muitos filmes bons foram adaptados de livros bons. Não, eu não estou me referindo somente à Senhor dos Anéis. Estou me referindo à...


Rambo





First Blood (ou Rambo, no Brasil) é uma reflexão sobre as dificuldades que os veteranos da Guerra do Vietnã passaram ao voltar para seu país nativo, onde o protagonista derruba um helicóptero com a porra de uma pedra.





Sim, é real. Existiram livros do Rambo. Sério. Não, eles não eram compostos somente de onomatopéias que serviam para representar o som de explosões.

First Blood foi escrito por David Morrell, que escreveu vários livros que continham imagens de facas na capa.




No livro, Rambo não é o "cara legal", já que ele enlouquece e mata uma cidade inteira porque a Guerra do Vietnã o deixou insano. E, o final do livro é deprimente, com Rambo parando sua matança desenfreada somente pra levar um tiro na cara.

Sim, Rambo morre no final. Hollywood decidiu alterar isso, assim criando um caminho que lhes permitiria fazer mais três sequências. E o mais estranho, Morrell escreveu uma continuação do livro para coincidir com o filme, que, de alguma maneira, mostra Rambo vivo, sem nenhum capítulo de abertura onde um necromancer invoca ele de Valhalla.

Para a versão literária de Rambo: First Blood Part II, o autor teve que dividir seus direitos autorais com James Cameron e Sly Stallone (que ajudou a criar o enredo da sequência), o que é uma coisa meio ruim, ou não, dependendo do quanto ele foi pago.


O Enigma do Outro Mundo





Sim, O Enigma do Outro Mundo (The Thing, no original). Aquele em que o torso do cara cria dentes e arranca o braça de outro cara...




Na verdade, ele era uma novela ( isso é quando um escritor não tem vontade de escrever um romance e escreve só parte de um) chamado Who Goes There? e foi escrito em 1938 por John W. Campbell. A coisa inteira pode ser encontrada online, mas eu já faço demais por vocês, então, quem quiser que vá procurar. E sim, também tem a cena onde eles estão cutucando o sangue e ele adquire vida, sai do potinho e nós cagamos nas calças.

Ela é considerada uma das melhores novelas de ficção científica já escritas, e você pode agradecer ao autor por todos aqueles elementos de paranóia e tensão que tornaram o filme ótimo. Por outro lado, o filme tem aquela cena onde a cabeça de um cara se transforma em uma aranha nojenta rastejante e ela faz muita diferença no quesito "assustar até a alma sair pela boca e fugir pro Himalaia". E também, Kurt Russell.





Vou admitir, essa porcaria de camelô me assustava. Na minha opinião, o Uma Verdade Inconveniente do Al Gore seria muito mais efetivo se ele passasse esse filme e dissesse: "Tá vendo isso? Ele vive no Ártico. Se você continuar dirigindo sua caminhonete, essa coisa vai acordar. E, ela vai estar muito puta." Mas é claro, os caras do Comitê do Prêmio Nobel não cairiam nessa.


Uma Cilada para Roger Rabbit





Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit) é a história de um coelho de desenho animado que foi equivocadamente culpado de um homicídio brutal.

Bem, se você for em uma livraria e perguntar sobre Roger Rabbit, provavelmente receberá um romance muito sinistro. Essa coisa é totalmente bizarra. Sério, quando se compra um livro sobre um coelho de desenho animado, você espera algo mais alegre e menos "Oh, meu Deus! NÃÃÃÃÃÃÃOOO!"




O livro se chama "Quem censurou Roger Rabbit" (Who Censored Roger Rabbit?) e foi escrito por Gary Wolf (se esse é o nome verdadeiro dele ou só um pseudônimo, não tenho certeza). Ah, esqueci de mencionar que Roger Rabbit é fuzilado até a morte?

É sério. Isso realmente acontece. Aparentemente, ele nunca aprendeu o truque "caça ao pato, caça ao coelho" com o Pernalonga e o Patolino. Quando foi a última vez que você viu algo assim acontecer em um filme da Disney? Além da mãe do Bambi. Ou, a mãe de Procurando Nemo. Ou, Mufasa... OK, acho que a Disney também é bem problemática.


Psicose







Essa história de suspensa reconta os crimes de um transformista recluso que gosta de atormentar pessoas inocentes, e que pode ou não ter sido baseada na vida de J. Edgar Hoover.

Lembram de como Hitchcock é chamado de gênio, pela enorme reviravolta na história, em que (AVISO: spoiler de 47 anos de idade à frente) o protagonista é assassinado logo no início do filme? É, ele não foi o primeiro a ter essa idéia. Ela estava no romance de mesmo nome escrito por Robert Bloch. Então, por que as pessoas lembram do filme e não do livro?

Bem, por isso.

Em 1960, essa cena deixou uma nação inteira com medo de tomar banho, o que, sem dúvida, acabou criando os hippies. Não importa quantas vezes você escreva as palavras "facada, facada, facada, facada" em uma página, isso nunca terá o mesmo efeito do que a cena se desenrolando à sua frente. Não, mesmo que você pague uma orquestra pra te seguir por aí e fazer o som agudo dos violinos.

Bloch escreveu uma continuação, chamada Psicose II (é raro ver escritores meterem só um "II" no final do nome das sequências, não?) que o estúdio odiou e se recusou a adaptar para filme.





Eles decidiram seguir a tradição e fizeram uma série de continuações ridículas que não tinham nada a ver com o livro. E, o estúdio não chamou Bloch para nenhuma das filmagens, em um grande exemplo da babaquice Hollywoodiana.


Dr. Fantástico





Dr. Fantástico (Dr. Strangelove) é a obra-prima de humor negro de Stanley Kubrick, que usa de muitas sátiras para afirmar convictamente que a destruição da Terra é, de fato, algo ruim.

Strangelove é vagamente baseado em um romance de 1958 chamado Red Alert, por Peter George. O que difere do filme é que o romance, de maneira alguma, é uma comédia.

Sim, a inspiração para um dos filmes mais engraçados de todos os tempos lhe garante tantas risadas quanto um filme dos irmãos Wayan. Dá pra imaginar um Dr. Fantástico seco, triste e sem piadas? Isso seria como... Bem, na verdade, seria como metade de Dr. Fantástico. Mas a outra metade é, tipo, muito engraçada.





O livro não termina com a destruição do mundo, já que o bombardeiro desertor é derrubado antes que possa lançar as ogivas nos russos. Tenho que admitir que o final do filme é superior, porque senão a mensagem toda acaba se tornando, "Uma ameaça nuclear é algo perigoso, mas tudo vai ficar bem no final".



Planeta dos Macacos





Essa parábola clássica possui uma moral que serve para toda a humanidade: Se você encarregar um macaco de tomar conta da sociedade, não se surpreenda quando tudo explodir. Enquanto isso, Charles Heston finge que atua, soca aliens e transa com mulheres atraentes de maneiras que fariam Capitão Kirk orgulhoso.

O livro foi escrito pelo francês Pierre Boulle, que também escreveu A Ponte do Rio Kwai que acabou virando um clássico filme de guerra e uma prova das Olimpíadas do Faustão. O título (originalmente em francês) se traduzia como Planeta Macaco.

Se você procurar, acabará descobrindo que eles vendem o livro e o DVD como um conjunto... Que, por sinal, é vendido com uma capa que já mostra o final:






Provavelmente, a vida do autor foi mais interessante que qualquer um de seus livros. Boulle se uniu ao exército na Indonésia francesa durante a Segunda Guerra Mundial e acabou se tornando um agente especial que ferrava os nazistas onde quer que eles estivessem. Ele foi capturado por Nazis e, de alguma maneira, isso o inspirou a escrever. Talvez a prisão fosse guardada por macacos armados, não tenho certeza.

De qualquer maneira, ele merece crédito por ter criado antagonistas que foram levados a sério, mesmo que eles sejam macacos vestindo roupas de pessoas. A Ciência já provou que isso é algo adorável.



Desejo de Matar






Charles Bronson luta uma guerra solitária contra o crime, se escondendo em becos escuros, esperando ser assaltado, e então, atirando nos assaltantes. Imagino a razão de o Batman nunca ter tentado isso. Ele teria poupado muito tempo.

E não, o filme não foi baseado em um quadrinho do Justiceiro. Realmente existe um romance de Desejo de Matar. O livro possui a mesma premissa, com justificativas hilariamente deturpadas para vigilantismo e desenhos do protagonista, matando a escória. Porém, para ser honesto, o romance só inspirou o primeiro filme que tratava dos problemas das vítimas e da vingança, e não as numerosas sequências em que Charles Bronson pegava uma metralhadora e matava qualquer vagabundo num raio de 10 quilômetros.






O autor (Brian Garfield) era candidato ao Prêmio Pulitzer (não por Desejo de Matar, apesar de que isso seria muito foda). O livro que ele escreveu antes de Death Wish se chamava "What of Terry Conniston?", o que, estou achando, ensinou ele a não dar nomes idiotas a seus livros. Ele provou isso escrevendo Death Sentence, Tripwire e Death Blood.

Death Sentence, por sinal, se tornou um filme, também sobre um cara de meia-idade que promove uma matança em busca de vingança por um crime terrível. E como é o filme? Só digo uma coisa: trocaram Charles Bronson por Kevin Bacon. Sem mais, Meritíssimo.



Duro de Matar






É Duro de Matar. Tenho que recapitular pra vocês?

...

É, achei que não.


Isso mesmo, Duro de Matar, o filme mais difícil de se transformar em livro de todos os tempos, é levemente baseado no romance Nothing Lasts Forever, por Roderick Thorp. Esse livro é um sequência de outro livro criativamente chamado The Detective, que foi adaptado para filme em 1968. Neste filme, o papel de John McClane é representado por... Se preparem...





Frank Sinatra.

Vai lá. Olhe pra Duro de Matar da mesma maneira novamente.

Enfim, enquanto nenhum livro na história consegue ser melhor do que Duro de Matar, ele tem, sim, a mesma premissa (apesar dos nomes dos personagens terem sido alterados, não sei porquê). Um outro livro que o cara escreveu, Rainbow Drive, virou filme em 1990 e estrelava Peter Weller... O cara que fez RoboCop. Esse filme não é tão conhecido, provavelmente porque o o título faz com que pareça um filme sobre um resort gay.






Gosto de pensar que, em algum universo alternativo, esta conexão levou o Sr. Thorp, Bruce Willis e Peter Weller a uma mesa de bar. Os três sairíam deste encontro em nosso 1991 alternativo com um acordo de fazer Duro de Matar vs RoboCop. Neste universo alternativo, o Oscar de 1993 teve de ser cancelado, pois um filme ganhou todos os prêmios.






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