quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nostalgiando: Street Fighter





Alguns problemas e muita treta rolando, por isso vou adiantar o post dessa semana.


Street Fighter! HOORAY! \O/

Bons tempos em que nos juntávamos no fliperama só para gastar toda a mesada tentando realizar um Sonic Boom!

Todos conhecem, e a maioria idolatra, Street Fighter 2, mas o sistema numérico anglo-saxão nos diz que antes do 2 vem o 1, porém muita gente nunca viu o primeiro game desta enorme franquia... Como eu invejo essas pessoas...



O ano era 1987. Naquela época, todos os arcades do Japão eram simples e muito parecidos, as grandes produtoras não queriam se arriscar e só aceitavam projetos que seriam sucesso garantido.




Mr. T fazendo ponta em Double Dragon




Nessa época, jogos como Double Dragon e Streets of Rage eram a sensação dos arcades. A Sega era até o momento a maior empresa no ramo dos arcades, possuindo um enorme arsenal de games de corrida, aventura e shooters. Até que um homenzinho de olhos-puxados com cabeça aberta e pensando no futuro decidiu que era necessária a entrada de um novo estilo no promissor mercado de arcades.

Foi então que o vice presidente de uma pequena empresa, iniciante no mercado de games, chamada Capcom resolveu discutir essa tese com seus colegas e colocou 7 máquinas protótipo nos flippers ao redor da empresa. Em pouco tempo, os lugares lotavam e a garotada fazia filas enormes para curtir o novo sucesso. O jogo estava sendo produzido desde 1986, o projeto embarcou e no ano seguinte chegava aos fliperamas de todo país, Street Fighter.

Durante 4 meses o game lutou bravamente e subiu da posição 54 para a 3 na lista dos jogos preferidos dos compatriotas nipônicos, e se mantendo em 1º lugar durante duas semanas seguidas.

Street Fighter não era nada parecido com o que é hoje em dia mas mostrava que as idéias "fora do padrão" da Capcom gerariam bons frutos para a empresa... O jogo só chegou em terras tupiniquins em novembro de 1988, podendo ser encontrado somente nos grandes shoppings de São Paulo, e mesmo assim eram poucos os que possuíam a máquina.

O game inovava em vários aspectos. A primeira grande inovação foi nos controles. A maioria dos jogos para arcade utilizava-se de no máximo três botões, já SF utilizava todos, também haviam vozes digitalizadas para os personagens que mesmo sendo porcamente feitas chamavam a atenção e finalmente, a principal inovação, o jogo apresentava um modo "mano-a-mano", quase desconhecido até então.




Cópia de Roronoa Zoro que deu origem à Guile




Nessa versão só era permitido se jogar com Ryu e Ken, que tinham que passar por batalhas contra lutadores dos EUA, Japão, Inglaterra, Índia e Tailândia para então se tornarem os campeões mundiais... Sabe-se lá do que.
As fases bônus também eram diferentes das que nos acostumamos a ver. Seu objetivo era apertar o botão no momento em que a barra estivesse na parte vermelha para quebrar telhas e adquirir pontos.

Tanto Ryu como Ken possuíam os mesmos golpes, a única diferença sendo o visual de cada um: Ryu com o kimono branco e Ken com o kimono vermelho.



Force Push!





Street Fighter nunca possuiu uma história bem-definida, como a maioria dos jogos de luta, e todos sabemos que Ryu, Ken e todo resto são só um bando de arruaceiros que viajam pelo mundo inteiro, com as passagens pagas por Mr. Bison, descendo o cacete em quem encontram pela frente, mas aqui era diferente. Não havia um ditador tirano disposto a gastar sua fortuna pagando viagens para pessoas que queriam bater nele. A história aqui era bata primeiro, pergunte depois... Ou não pergunte nada.


Apesar de inovar com os controles, a jogabilidade de SF era horrível. Talvez este seja o único jogo que você realmente perca por culpa da máquina. Não existiam vários botões para soco e chute, a intensidade era definida pela força com que você pressionava os botões, o que causava uma tremenda destruição de máquinas por pessoas tentando realizar golpes especiais.
Meia lua pra frente? Pfff! Hadouken se fazia segurando soco ou chute e apertando algum outro botão que nunca se soube qual era. E os especiais tiravam muito mais do que um golpe normal, e quando eu digo muito é MUITO MESMO, chegando a ser possível derrotar alguém com um único golpe.


Graficamente falando, é um jogo bom se comparado a alguns da época, mas é notável a presença de alguns pontos amarelos pela tela, principalmente para quem for jogar em emulador, como é meu caso.

O som... Bem, não havia nenhuma das músicas clássicas que marcaram a série, no máximo algum som irritante de fundo. Os lutadores gritavam "HOOO!" a cada golpe e os especiais tinham quase todos o mesmo som, mas as vozes digitalizadas atuam bem em algumas partes, como nas fases bônus e nas comemorações da cada personagem.
Uma curiosidade, na versão americana os especiais eram dublados em inglês. Ou seja, Shoryuken significa Dragon Punch (com a voz digitalizada, "DRÉGUN PUMT!!") , Hadouken é Fight Fire ( e juro que já ouvi Balls of Fire...) e o Tatsumakisenpukyaku, ou "Tractractruget" é Hurricane Kick, mas você só consegue ouvir Hurri... Kick!



O jogo apresentava vários bugs, como personagens ficando grudados um no outro, CPU sendo derrotada e continuar lutando até matar você e dar game over e golpes especiais que produzem som mas não saem e fazem o adversário se teleportar para a sua frente.

Incrivelmente produziram uma sequência para esse jogo que se chamava Street Fighter '89, mas desistiram da idéia e o jogo acabou se tornando Final Fight, o Double Dragon da Capcom.

Trivia. O jogo foi produzido por Takashi Nishiyama e Hiroshi Matsumoto que após o lançamento, deixaram a Capcom para se juntarem à SNK Playmore onde viriam a desenvolver Fatal Fury e Art of Fighting.


Meu veredicto: passem longe disso se quiserem manter seus dedos e sua sanidade mental intactos!


Semana que vem falarei da verdadeira sequência de Street Fighter, a que começou a dar o rumo para a série que conhecemos hoje em dia.


Cya! õ/

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