quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Hitman: Blood Money






A série Hitman surgiu no ano 2000, com Codename 47. Desde então, foram lançados mais três games (Silent Assassin, Contracts e Blood Money), algumas novels e um filme levemente (lê-se quase porcaria alguma) baseado no enredo dos games, e que prefiro esquecer que já assisti. A IO Interactive e a Square Enix já confirmaram que em Dezembro de 2011, será lançado a 5º parte da história.

Talvez se perguntem a razão de eu não estar começando pelo início da série, mas sim pelo último game. Bem, é simples: há algumas mudanças na maneira de se jogar de Codename 47 para o Silent Assassin, só. Não é algo que valha uma análise e a história muda muito pouco.
Dito isso, prossigamos.






Não é necessário que você tenha jogado algum outro game da série para poder entender o enredo de Blood Money. Na verdade, é até melhor que você não tenho jogado nenhum, pois ficará mais impressionado. Os jogadores já acostumados com tudo, se sentirão em um ambiente familiar e confortável.

A história dos outros games é mencionada durante este, onde 47 descobre que ele e a agência para qual trabalha (ICA), estão sendo caçados por outra agência rival. Quanto mais você avança na história, mais fica sabendo sobre a outra agência e seus motivos.







O jogo possui versões para PC, Xbox/360 e PS2. Todas as versões são idênticas no quesito conteúdo e estrutura, então as únicas diferenças são na parte técnica. De todas, a do Caixote 360 é a mais impressionante, pois possui a melhor combinação de gráficos aperfeiçoados e frame rates estáveis. A versão de PC pode ser tão boa quanto à do 360, dependendo exclusivamente do hardware de sua máquina. E as de Xbox e PS2, mesmo rodando em um hardware antiquado, também são excelentes.

Os controles são bem fluentes e funcionam perfeitamente, tanto no joystick quanto com a combinação mouse/teclado.
A única diferença específica de uma versão para a outra é que a do 360 possui os Achievements, caso você complete as missões com alguns requerimentos preenchidos.






A mecânica do jogo é a mesma dos antigos jogos da série. Você começa em uma missão de tutorial, onde deve matar o dono de um parque-de-diversões que está envolvido com drogas, conhecido como Swing King. O contratante de 47 pede que a última coisa que o homem veja antes de morrer seja a foto de um ente querido que as ações dele acabaram por matar. Porém, quando você encontra o cara, ele é só um bosta que se ajoelha diante 47 e implora por misericórdia. Apesar de ter bastantes inimigos armados durante esta missão, ela é extremamente fácil, contanto que você siga as instruções que lhe são passadas. As próximas missões são mais difíceis e não tão lineares, mas esta primeira serve pra representar os tipos de humor e cenário que você encontrará daqui pra frente.


Há mais de uma dúzia de missões, a maioria se passando nos Estados Unidos, como por exemplo, o Mardi Gras em New Orleans, um hotel-cassino com temática egípcia em Vegas, um barco-à-vapor no Mississipi e uma clínica de reabilitação na Califórnia. Cada cenário é único, enorme, complexo e, principalmente, vivo. O Mardi Gras, em particular, é impressionante, com as ruas lotadas de pessoas festejando. Todos estes lugares estão cheios de guardas armados e civis, então você deve prestar muita atenção nos hábitos de cada um para que realize seu objetivo sem ser detectado.






Porém, caso venha a ser detectado, você pode simplesmente sacar suas armas e fuzilar todo mundo que aparecer...






O jogo lhe oferece uma grande quantidade de pistolas, rifles e fuzis que podem ser melhorados com o dinheiro que você ganha com as missões. Além das armas de fogo, você também possui venenos, explosivos, facas e mais uma grande infinidade de eventos no cenário que pode utilizar para fazer com que a morte pareça um acidente, como por exemplo, envenenar a garrafa de bebida, empurrar alguém da escada ou derrubar um lustre na cabeça do alvo.

As mortes por "acidente" atraem menos atenção para 47, logo rendem mais dinheiro e melhoram seu ranking, que vai de Silent Assassin, o nível mais alto e considerado o "ranking perfeito", à coisas como Psicopata e Assassino em Massa, caso você saia por aí distribuindo balas. A cada missão concluída, sua notoriedade pode subir, dependendo de seu ranking. Quanto mais notoriedade, mais fácil de alguém lhe reconhecer, então você deve subornar a mídia, os policias ou até mesmo criar uma nova identidade para que sua notoriedade diminua, tudo com uma boa quantia de dinheiro, é claro.






Completar sua missão se torna mais fácil com o auxílio de um mapa em tempo real que lhe mostra todos os inimigos, civis, alvos, pontos de interesse, etc. Porém, quanto mais alta a dificuldade, menos personagens aparecem no mapa, os inimigos se tornam mais letais e o suporte da agência diminui.

Infelizmente, a IA dos inimigos não é muito boa, mas pelo menos é decente caso você não comece a fuder com tudo. Quando está apenas observando, verá pessoas conversando, guardas patrulhando e até mesmo alguém dando uma parada pra ir ao banheiro.

Se você decidir sair atirando, vai perceber que perde para os inimigos simplesmente por eles estarem em número maior. Eles correm para cima de você em grupos, então ficar parado em uma esquina, por exemplo, é uma tática que funciona perfeitamente bem, já que a maioria deles morre com um tiro na cabeça, ou um no corpo com a Dual SilverBaller.





Aqueles que já estão acostumados com a mecânica da série, não verão muitas novidades. Você ainda pode trocar de roupa com grande parte dos personagens presentes no cenário, assumindo um disfarce e podendo entrar em áreas restritas, pode guardar coisas como armas e explosivos em caixas ou envenenar bolos e entregar para seu alvo. A grande mudança está mais no cenário do que no jogo em si.

Durante as missões você pode se esconder em armários, usar inimigos como escudo, atirar facas e outros objetos afiados, roubar a fita de vídeo das câmeras de segurança e esconder corpos em latões de lixo. Mas essas não são coisas importantes, já que você pode terminar o jogo sem fazer nada disso.

As missões são jogadas de uma maneira linear, mas com o sistema de ranking, múltiplas dificuldades e o design individual e com várias possibilidades de cada missão, há um grande incentivo para que o jogo seja terminado mais de uma vez. Mesmo que seja possível terminar a maioria das missões em poucos minutos caso você já saiba o que deve fazer, grande parte delas durarão mais de uma hora na primeira vez que jogadas.






A excelente trilha sonora é composta, mais uma vez, por Jesper Kyd, que encheu o game com combinações de corais e batidas eletrônicas. Os efeitos de som são bem realistas e as dublagens são ótimas.

Há ainda algumas animações súbitas, como quando 47 esconde uma faca de cozinha nas costas enquanto se aproxima de uma vítima que não suspeita de nada.
Inimigos mortos ainda sofrem daquele mesmo efeito "ragdoll" presente no Hitman original, e você perceberá muita repetição nos civis e guardas perambulando pelas áreas.

Mesmo assim, as diferentes localidades de cada missão cumprem seu trabalho. A cada missão completada você dará um sorriso de satisfação por ter completado mais uma missão de Hitman, ou talvez a sua primeira.


Meu veredicto: O melhor game da série, tanto para os que já conhecem o sistema quanto para os que ainda não tiveram essa chance. Aqui, o grande foco não é a história, mas sim a ambientação, o comportamento dos personagens e as dezenas de maneiras diferentes de completar seu objetivo. Blood Money é um excelente game que cumpre exatamente o seu propósito: te deixar tenso e apreensivo em frente à tela, tentando arranjar uma maneira furtiva de acabar com aquele careca sem alertar os dezenove guardas ao redor dele, ao mesmo tempo que lhe proporciona diversão e satisfação enormes ao completar cada missão.




Dica: ponha a bomba na mala e jogue ela nele.



From Russia with Love,
Mokozawa õ/




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