sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mortes heróicas sem sentido algum






É muito difícil de encontar uma história que não possua ao menos um personagem que se sacrifica pelo bem maior. Os escritores parecem matutar tão avidamente para conseguir inserir um desses no enredo e acabam se esquecendo de parar e se perguntar se a morte dele é realmente necessária.

Talvez, se eles parassem, alguns dos heróis mencionados abaixo não sofreriam com aquilo que chamamos de morte.



I am Legend - Robert Neville



Em I Am Legend (Eu sou a Lenda), 99% da população se transformou em zumbis devido a uma doença trasmitida pelo ar que, ironicamente, foi causada com a cura do cancêr. E é assim que você sabe que esse filme é profundo: tem cancêr e zumbis.


E um companheiro cão.



Felizmente para a humanidade, Will Mothafucka Smith é Robert Neville, um cientista que faz parte do 1% que é naturalmente imune a doença e que procura uma cura. Ele faz isso sequestrando e analisando alguns zumbis em seu porão. Mas os zumbis não gostam de ser analisados, e eles o perseguem para uma doce vingança zumbi.


Doce vingança zumbi grita em seu ouvido!


Will possui dois coadjuvantes inúteis com ele, e enquanto todos correm para seu laboratório no porão, descobrem que ele encontrou a cura para salvar o mundo. Fodástico. Bem, seria se não houvesse uma dúzia de zumbis os seguindo para receber a já mencionada doce vingança zumbi.
Felizmente, Will possui um depósito de carvão fortificado e algumas granadas em seu laboratório. Apesar de isso não fazer sentido algum...

Então, ele pega uma amostra do sangue de zumbi curado e entrega para a mulher coadjuvante e diz "a cura está no seu sangue", enquanto os tranca no depósito que era grande o bastante para que os três coubessem, puxa o pino da granada e se explode com os zumbis.


Certo. Isso é ridículo por duas razões. A principal é que ele poderia ter puxado o pino, lançado a granada e ter entrado no depósito e, você sabe, sobrevivido. Ele diz que os zumbis não pararão, mas julgando pela explosão da granada é bem difícil de crer que algum zumbi tivesse sobrevivido.


Não sou um expert, mas eles parecem estar parando... E queimando...


Aparentemente, em 2012 as explosões de granadas serão enormes, pois parecem matar todos na sala que não estão em um depósito de carvão. Então, lançar a granada e correr seria o mesmo que lançar a granada e ficar parado.

Mas aí vem alguma putinha paga dizendo que Neville se sacrificou para acalmar os zumbis e fazer com que os coadjuvantes escapassem com a cura. Isso nos leva ao segundo problema. Neville é um supergênio que levou meses para encontrá-la. Então, quais são as chances de que alguém entre o 1% sobrevivente irá entender alguma coisa do que ele fez para criar a cura (e com apenas uma amostra de sangue para utilizar)?




Quando a coadjuvante chegava na última colônia humana da Terra, vemos ela entregando o frasco com a cura para alguém, que com tudo o que sabemos pode ser o encanador local e ninguém sabe merda nenhuma de como salvar o mundo sem Will Smith, que acabou de se matar sem razão alguma. Então, basicamente ele deu ao mundo uma chance de voltar ao normal e fudeu todo mundo logo após. Obrigado...




Ok, esse é o fato no filme. O final do livro é totalmente diferente e explica o porque do título Eu sou a Lenda. Se não leu ainda, vá ler!



X2 - Jean Grey





X2 é o "menos pior" dos três filmes dos X-Men. Contém um enredo decente, desenvolvimento dos personagens e tudo o mais. Porém, tem uma queda brusca de qualidade quando Jean Grey se sacrifica por porra nenhuma.


Your Jedi mind tricks do not work on me!


No clímax do filme, os heróis estão presos em um vale com uma represa a ponto de partir, um jato que não decola e uma dúzia de mutates super-poderosos, dos quais somente a Jean é forte o bastante para salvar a cidade de Townsville. E para fazer isto, ela sai do jato, o conserta com a mente, o ergue no ar enquanto segura a água da represa e quando todos já estão a salvo ela libera a água e é heroicamente levada para o além.

Mas a única razão para Jean ser capaz de salvá-los é que ela sentiu a água chegando... Dois minutos antes dela chegar... Ela olha para todos, lágrimas nos olhos, lentamente ergue o jato, tranca todos dentro e envia algumas mensagens sinistras através do Xavier, então conserta a nave por fora enquanto simultaneamente bloqueia a água.


Só pra voltar em uma sequência escrota...


Mas, peraí! Porque ela teve que sair do jato?!

Jean possui telecinese, ela pensa em algo e acontece. Não sabemos nada sobre os poderes dela serem bloqueados pelas paredes de um jato, e mesmo que fossem, ela poderia ir para o cockpit e derrubar as janelas. Se ela tivesse imediatamente começado a consertar o jato e falado para todos calarem a boca enquanto ela se concentrava, eles provavelmente estariam na metade da viagem para Acapulco quando a água chegasse.



Eu não inventei isso, por sinal. É o que ela faz no livro que a Marvel fez sobre o filme. O livro tinha um final diferente, em que Jean conserta o jato de dentro e não morre sem razão alguma e todos vivem felizes para sempre. Mas se isso acontecesse, não teríamos visto Wolverine e Cyclops se abraçarem e chorarem, um no ombro do outro... E, com certeza, não iríamos querer perder isso.



Star Trek: Nemesis - Data




ST:Nemesis é um filme altamente criticado, provavelmente pela enorme quantidade de furos no enredo, falas ridículas, total falta de entretenimento e um clone, vestido de arco-íris, do Picard interpretado por Tom Hardy.



Talvez a coisa que te deixará mais perplexo é a determinação de Data para se matar. Perto do fim do filme, Picard está preso na nave do inimigo, pois após ele atirar para tentar destruir a arma DO MAL do vilão, seu transportador quebrou. Imediatamente, Data dá um salto SO FUCKING AWESOME! HOLY SHIT!! através do espaço, caindo na outra nave e carregando um transportador para só uma pessoa. Ele chega bem a tempo de salvar Picard, que por um acaso nunca venceu nenhum duelo mano-a-mano em toda a série, o que me faz pensar o porque de o mandarem sozinho para estas situações decisivas.




Enfim, com o capitão resgatado do cara que já estava praticamente morto, Data manda Picard de volta à Enterprise com seu transportador portátil e dispara contra a arma DO MAL dos inimigos, explodindo-a e a si mesmo no processo.

O problema é, o fato de que ele é um andróide deveria fazer esta decisão mais difícil. Ele deveria ser capaz de processar cada possível solução em microsegundos, e ele não possui aquele desejo de "morrer com glória" programado em seu software. Entre as coisas que ele pensou:

"Por quê tem que acabar com esse transportador em específico ( e francamente, é muita idiotice que só haja um desses em um nave equipada com um criador de matéria capaz de criar qualquer coisa instantenamente)?" Claro, os transportadores convencionais na Enterprise estavam quebrados, mas ela está cheia de cápsulas de fuga, que entre as milhares de coisas equipadas nelas, possuem seus próprios transportadores. Nós os vemos serem usados a todo momento durante a série. Então, há uma alternativa.




Mas, PORRA!! Ele é um andróide! Ele poderia ter se atirado por uma janela direto para o espaço e ter sobrevivido! Ele não precisa respirar!

Tem gente que diz que Data tinha que ficar para trás pra poder atirar na arma DO MAL, mas os phasers possuem uma função que permite que eles sejam usados como bombas-relógio.

Além disso, essa morte ridícula foi justificada com um argumento de Brent Spiner dizendo que não poderia atuar como um personagem que não envelhece, enquanto ele próprio ficava mais velho. Bem, isso seria totalmente plausível caso ninguém soubesse que este era o último filme da Next Generation, então não havia muita diferença em matar Data ou fazê-lo pensar "Ei! Temos mais um transportador, não?"

Isso fica ainda mais estúpido quando você descobre que introduziram outro andróide no filme, chamado B4, que é idêntico ao Data e sobrevive, o que significa que matar Data não serviu pra porra nenhuma além de fazê-lo parecer fatalmente desatencioso.


Não é o Data... Obviamente...




The Iron Giant - The Giant




O Gigante de Ferro conta a história de um garoto chamado Hogarth ( pois é assim que as crianças se chamam, certo? Como um feiticeiro goblin?) se tornando amigo de um gigantesco, extremamente perigoso e ao mesmo tempo um inocente robô. Quando os oficiais do governo descobrem sobre a criatura enorme vagando pela cidade de Rockwell, eles ficam boladões e pensam que é uma invasão alienígena ou Russa e tentam destruí-la.




O goblin, digo, Hogarth consegue provar que o Gigante é amigável enquanto não for atacado, mas sempre há um retardado disposto a fazer merda, que nesse caso ordena que um submarino lançe um míssil que incinerará tudo o que houver na área. Não há problema algum nesse plano, além do fato de que o Gigante está dando umas voltas pelo centro de uma cidade cheia de pessoas, incluindo uma cambada de militares.


Então, em um momento extremamente triste, o Gigante decola para os céus e deixa que o míssil o destrua para salvar a cidade. Sério, deve haver um lugar no Guinness Book para quem conseguir assistir esse filme sem lacrimejar pelo menos umas seis vezes.




Porém, lembrem-se de que a razão do governo querer destruí-lo era porque, quando ameaçado, o Gigante se transformava nisso:




Sério... Eu vejo, no mínimo, cinco canhões laser, sem incluir aquele espinho no topo, que provavelmente é uma máquina de café expresso.Ou seja, ele está armado o bastante para destruir uma pequena nação, ainda assim, ele voa direto para o míssil.

Então, porque não explodir ele com o seu canhão a laser? Com qualquer um dos 5?! Segundo o enredo, o Gigante só pode ativar suas armas quando sente que há algum perigo, aonde estou completamente certo que um míssil destruidor-de-almas, esmagador-de-cidades se qualifica. Ou seja, ele poderia ter destruído o míssil e uma enorme distância e sem sofrer dano algum, evitando que uma quantidade incontável de caras mentissem para suas namoradas que era uma alergia que estava fazendo seus olhos lacrimejarem no fim do filme.





Enemy at the Gates - Joseph Fiennes





Círculo de Fogo é sobre uma batalha de snipers no meio da Segunda Guerra Mundial, entre o russo Jude Law e o Nazi Ed Harris. Isso é basicamente o filme inteiro, ainda há um sub-enredo sobre a amizade de Law e Joseph Fiennes que disputam pela mesma garota.


Amizade acima de tud... Quê?!


No decorrer do filme, Fiennes tenta incriminar Law e fazê-lo ir a julgamento, mas acidentalmente faz com que um garoto que os ajudava a espionar os alemães seja morto. Ele acaba se sentindo um baita merda quando pensa sobre ambas as coisas. Próximo do fim, ele corre para sua redenção, a qual, você já deve imaginar, ele não sobrevive.




Quando Fiennes e Law estão procurando pelo sniper alemão, Joseph admite que tem sido um amigo terrível e que quer ajudar Law. Em um último ato de amizade e heroísmo, ele se oferece para mostar a Law a posição do inimigo, ficando em frente à uma janela e deixando que seja atingido por um tiro que revela a posição do sniper alemão. E com um tiro, eu quero dizer na cabeça, no meio dos olhos.




Esse ato funciona perfeitamente, já que Law descobre a posição do inimigo e o mata, porém... Se tudo o que ele precisava era de uma cabeça para mostrar na janela e ser atingida, então haviam milhares de corpos atirados no chão com cabeças totalmente perfeitas. Por quê não botar um pra fora da janela?


"Não, não... Aquilo, com certeza, é só um corpo morto sendo erguido."


Não é tão heróico, mas seria muito mais efetivo... E inteligente.



The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring - Gandalf





Gandalf é um baita cheater. Sim, ele engana o efeito "morte dramática", voltando no segundo filme, mas ele não sabia disso quando decidiu ficar para trás e enfrentar o Balrog para que o resto da Sociedade pudesse fugir ( apesar da Sociedade inteira ficar parada, olhando a luta ao invés de realmente fugir).


"Ele está arriscando sua vida para nos dar tempo!
É melhor que todos fiquemos para assistir!"




Na verdade, eles parecem ter uma vantagem de 30 segundos em relação ao Balrog, já que todos estão nas escadarias e quase na saída antes mesmo de perceberem que Gandalf está parado no meio da ponte, esperando a besta negra da morte chegar.


"Ei, Gandalf! Cuidado com o mob!"


O plano de Gandalf consiste em "quebrar a ponte, então VOCÊ NÃO IRÁ PASSAR!!". Ele começa a falar para o Balrog como ele é um mago extremamente fodão, novamente para dar tempo à Sociedade-que-não-está-fugindo de fugir, e quando isso não funciona, ele destrói a ponte, fazendo com que a criatura caia no abismo logo abaixo. Porém, o Balrog estava tão perto que foi capaz de agarrar Gandalf e levá-lo junto para a escuridão. Bam! Sem mais proteção de um mago para a Sociedade.


Deixando-os com dois tanks, ranged DPS, melee DPS e quatro pigmeus.


Não havia razão para Gandalf quebrar a ponte ou para quebrá-la no meio, como ele fez.

Se ele tivesse atravessado, quebrado a ponte e fugido, eles teriam escapado do Balrog e ficado sãos e salvos. Ou mesmo se ele fizesse exatamente o que ele fez e tivesse corrido, ele ficaria bem. Ao invés, ele ficou parado esperando a morte certa, e então tentou se agarrar o máximo que pode, mesmo que houvessem goblins lançando flechas contra eles.





Novamente, podemos pôr a culpa na Sociedade. Se ele tivessem corrido como deveriam, Gandalf não teria que começar essa coisa de destruir pontes e depois ficar temporariamente morto.


Bom trabalho, seus merdinhas.




2 comentários:

  1. Comentaste: "Will possui um depósito de carvão fortificado e algumas granadas em seu laboratório" e mencionaste que não fazia sentido, não quero dar uma de menininha anti-felipe-neto e dizer que faz sentido, mas a verdade é que faz sentido sim, o laboratório se localiza no porão de uma casa, e o depósito de carvão pra esquentar a fornalha faz parte da calefação da casa (comum em casas dos EUA). As granadas fazem parte da estratégia que o personagem encontraria para combater os zumbis. Concordo plenamente com o fato de que ele poderia ter sobrevivido, por isso iniciei este comentário e sim, o fato de os diretores de cinema pensar que as pessoas tenham uma “mente voltada para o bem” e deixar o fim do filme por nossa conta, como no momento em que a moça chega com o frasco com sangue com a suposta cura num acampamento isolado me frustra.

    Atenção, aviso de Spoiler do filme O Gigante de Ferro.
    No filme The Iron Giant - The Giant, algum tempo após a explosão do míssil com o gigante, Dean McCoppin – o malandrão – entrega a Hogarth uma peça perdida do gigante. Pela noite, no quarto de Hogarth, essa peça começa a se movimentar em direção da janela, seguidamente, mostra várias outras peças se movimentando pelo globo rumo a cabeça do gigante, que se eu não me engano, caiu num lugar próximo ao pólo norte. O robô tem capacidade de se montar, e dá a entender que o gigante volta à ativa. Em que pese, o gigante poderia muito bem ter detonado com o míssil, já que ele é uma máquina de destruição.

    Gandalf dá uma zombizada e reaparece no segundo filme /rialto.

    Gostei do tópico Mokosawa, ficou bem mais esclarecedor do que no GameSpot.

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  2. Certo, uma fornalha é aceitável, mas guardar granadas pra se "proteger" contra zumbis (e guardá-las em uma gaveta no cômodo mais fechado e sem saída da casa, que por sinal está infestado dos já mencionados zumbis) é extrema burrice. Porém, foi só uma cagada no roteiro pra ter um final feliz, diferente do livro.


    Sim, o Menino-goblin vê que o Giant volta e tals, mas eu queria que os manos se prestassem a talvez ver o filme e largar um pouco essa vida de Redtube, 8Tube, Xporn, etc.


    Sim sim, Gandalf se faz de linguiça toscana e volta pra dar um susto na galera /danado.


    /ribaga da Gamespot porque não sabia que tinha naquela merda xD Peguei a idéia do blog de um outro mano <_<

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