segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Shadow of the Colossus





Quando se fala em jogos de ação, a primeira coisa que vem na cabeça de alguém provavelmente é God of War, Devil May Cry ou algum outro hack'n slash com alguém semi-imortal.

Shadow of the Colossus é um jogo que prova que um jogo de ação não precisa de 3 mil inimigos por metro quadrado para ser excitante e extremamente divertido de se jogar.

Game desenvolvido pela mesma equipe do maravilhoso ICO, e do "talvez-maravilhoso" Last Guardian que está por vir, um dos primeiros títulos do PS2 e assim como seu antecessor, Shadow of the Colossus é totalmente diferente e único em relação a tudo o que já foi lançado para o console.




A história é bem simples e ao mesmo tempo profunda. Aqui você é um garoto erroneamente chamado de Wander e... Que foi, não sabia?

A razão de o chamarem assim é porque no manual japônes ele é mencionado como "wander", ou seja, andarilho. O nome dele não é "Vander", como já ouvi muitos brasileiros falarem...

Enfim, o jogo começa com o garoto montado em sua égua Agro, carregando o corpo de uma garota em direção a uma enorme construção em meio a um vale que foi decretado como uma área proibida para qualquer ser de fora.

Lá, ele deposita o corpo da bela jovem em um altar e acorda um poderoso ser desencarnado chamado Dormin, e diz que está disposto a fazer de tudo para trazê-la de volta a vida.

Dormin aceita a proposta e manda o garoto em uma missão para matar os dezesseis colossi espalhados pelo vale, assim aumentado o poder do ser e as chances de trazer Mono de volta.

Mono é o nome da garota...

Então, o andarilho parte em direção aos colossi, com uma confiança cega em Dormin, sem nunca parar para pensar se aquela é a coisa certa a se fazer ou não ou se o ser irá cumprir sua parte no acordo.

E essa é a história. Pode não ser algo tão complexo e cheio de reviravoltas como um Metal Gear ou talvez Resident Evil, mas aqui a simplicidade é o que conta.

Tudo é simples no início, porém a cada colossi que é derrotado, uma energia negra sai de seu corpo e entra no do garoto. Aos poucos, sua aparência se torna mais suja e sombria e é impossível que você não pare para se questionar se aquilo que o garoto faz é certo ou não e se o que está acontecendo com ele é um preço justo a se pagar para ressuscitar a garota.




Na verdade, SotC é um dos jogos mais simples para o PS2. Seus gráficos não são bonitos, "Wander" fica meio estranho em alguns ângulos e hà algumas quedas de frame.

Claro, o jogo possui um mundo enorme composto por lagos, cavernas, desertos, templos, uma área vulcânica e até a porra de uma arena... UMA ARENA CARA!!

As mudanças de cenário são bem sutis. Conforme avança, aos poucos você vai percebendo que a grama vai acabando e dando lugar à areia e quando percebe está no meio de um deserto.

E uma das coisas mais impressionantes é que mesmo com este mundo enorme, cheio de variações, não há telas de loading. O único loading que acontece é no menu principal e depois o jogo corre sem interrupções. God of War? Hunf!


"High-five!"


Nunca um jogo foi tão bom sem inimigos. A única coisa que você enfrenta durante o game inteiro são os colossi. Mas não se engane pensando que é só chegar lá e bater. Claro, você PODE chegar lá e bater, mas não vejo uma espadinha fazendo estrago em um gigante de pedra com 30 metros de altura.

Cada colossi tem um ou mais locais específicos em que você pode acertar para causar algum dano. Os primeiros são simplesmente escalar e bater. Mas quanto mais próximo do fim, mais complexas ficam as batalhas, algumas chegando a levar horas para que você descubra o que fazer e então parta para a ação.

É quase impossível que você consiga terminar este jogo direto, pois as batalhas são extremamente cansativas. Não em um sentido ruim, mas no sentido em que você perderá muito tempo enfrentando somente um colossi que acabará preferindo parar pra descansar e curtir seu curto momento de triunfo. Porque se você achou o último que enfrentou difícil, saiba que o próximo será pior, muito pior.


A jogabilidade é bem simples. Você cavalga pelo vale, apontando sua espada para o alto, fazendo com que um feixe de luz aponte para o local onde o colossi está. Só que o feixe aponta diretamente para ele. Cabe a você encontrar o caminho até o bichano.

Acreditem, boa parte do tempo de jogo vai na procura e tentando descobrir como derrotar os colossi. Depois que achou ele e o ponto fraco, é só meter a espada.




Apesar de ter várias armas, contando com as que consegue derrotando os colossi no Time Attack, a única que realmente pode causar dano nos monstros é sua espada. Você tem um arco, um arpão e algumas outras coisas de longa distância que são tão úteis quanto seu assovio que serve pra chamar a Agro ou a atenção do colossi.


Já que falei no Time Attack, esse jogo tem um grande fator replay. Depois de zerar, você abre o modo em que deve derrotar o colossi em um determinado tempo para ganhar algum equipamento. Pode ser um arpão que dá mais dano do que as flechas comuns ou um pára-quedas que o faz cair sem perder vida. E também libera o modo hard e cada modo tem suas próprias recompensas no Time Attack. As que ganha no normal são do normal e as do hard só podem ser utilizadas no hard. Alguns podem achar ruim, mas ajuda a manter o fator replay do game e nem é preciso dizer que as recompensas do hard são muito melhores que as do modo normal.


Falei da história, gráficos, jogabilidade e do fator replay dele, mas o que em minha opinião eleva este jogo a um patamar em que possa ser considerado arte, é a sua trilha sonora.

Uma das mais bem compostas trilhas de todos os tempos. Primeiramente, não há som algum durante o jogo. Sim, nada. Só o som das galopadas de Agro. A música começa quando você chega no local onde está o colossi. Então, ele percebe a sua ínfima presença e o som muda, normalmente pra algo mais tenso ou, algumas vezes, desesperador. Quando você já está sem esperanças de derrotar a temível criatura, uma luz surge perante seus olhos. O jovem garoto utiliza toda sua força para escalar o corpo da criatura, e começa a tocar uma música que lhe dá esperanças, que diz
"Vamos lá, garoto! Mate logo essa coisa e volte para comemorar com sua donzela!!!".

E tudo isso com você balançando nas costas de um monstro de terra e pedras maior do que um prédio de 5 andares...

Lógico, essas três não são as únicas músicas do game, mas já são o suficiente pra mostrar o quão épico ele é.





E antes que alguém venha me encher dizendo que Mono é a mulher dele, saibam que isso é mentira. Ou não...

A verdade é que um jogo tão simples e com uma história bem "básica" possui milhares de teorias. E nenhuma delas foi confirmada pelos produtores do jogo... É.

Seria Mono a mulher dele? Irmã? Porque ela parece não reconhecer Agro, mesmo esta sendo uma fiel companheira do garoto? Quem é Dormin? Qual é a relação entre as sombras de SotC e as sombras de ICO? E as crianças com chifre? Quem na verdade é o andarilho? Porque ele usa a mesma roupa dos cavaleiros do final?

Tantas perguntas e nenhuma resposta. Logo sairá The Last Guardian, continuação espiritual de ICO, e realmente espero que nos sejam dadas novas perguntas e poucas respostas.


Meu veredicto: Não importam as ameaças que fiz até hoje, Shadow of the Colossus é considerado por mim e por milhões de gamers, o melhor jogo já feito. Não existem complicações, não existem combos, nem puzzles fenomenais. É só ir ali, bater e pronto. E nunca nenhum jogo fez isto tão bem quanto este. Uma história simples que se torna melhor quanto mais próximos do final nós ficamos. E que final... Não existem ameaças suficientes no mundo para quem não jogou isto, então não direi mais nada. E joguem ICO também!





Cya! õ/

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