terça-feira, 11 de maio de 2010

As Fábulas de Um Mago - "Grupo"





Após alguns minutos de caminhada, chegara a fazenda. E se espantara. Nunca vira uma quantidade tão enorme de espíritos reunida em um só local. Com certeza, aqueles paladinos estavam tramando algo muito perigoso.
Mas isto não era da conta dele. Aprendera a não se meter nos assuntos dos outros. Fazia seu trabalho, recebia o ouro e ia embora. Simples e rápido, sem complicações. Mas desta vez, é lógico que haveriam complicações. Deveria matar os espíritos que os paladinos estavam invocando, provavelmente, para invocar algo muito maior e terrível. Não creio que eles fosse ficar felizes caso estes espíritos sumissem.

"Hmmm...parando pra pensar...acho que fiz um mal negócio com aquele homem."

Porém, o ouro era necessário. Precisava do dinheiro para viajar para a capital dos Orcs e encontrar o líder do povo. Sem ouro significa sem viagem. Então, qualquer trabalho que rendesse uma moedinha deveria ser feito.


E lá foi ele, "matando" os espíritos, que pareciam nem perceber que ele estava ali. Mas, por um segundo, o garoto teve a impressão de que um dos espíritos tentara lhe atacar. Após algum tempo, descobriu que não era impressão. Os espíritos estavam atacando-o em bandos, muito organizados, algo impossível de ocorrer.
Fora cercado. O único som que se ouvia era dos zunidos de suas magias que voavam para todos os lados. Fogo, gelo, arcanas. O rapaz usava tudo o que tinha contra aqueles seres mas a cada um que matava, três começavam a surgir. Olhou para o lado e viu um espírito a alguns centímetros de seu corpo. Só teve tempo para conjurar uma explosão, o que acabou destruindo o ser e atirando o mago a alguns metros de distância.

"Hehe...venham monstros...ainda não comecei a lutar de verdade..."

Foi quando uma luz o envolveu e sentiu como se sua vida fosse restaurada, uma paz interior que nem o mais temível inimigo seria capaz de abalar.


"Até que você é bem competente, para um mago!"

Olhou para trás e vira um elfo, coberto com uma capa negra e um capuz vermelho. Seu arco com detalhes dourados e um imenso rubi em cada ponta disparava flechas sem interrupções, cada uma atingindo a testa de um espírito.
Uma besta, um tigre ou o que quer que fosse, saltara do lado do homem e viera se juntar a batalha.
De longe, um dos Esquecidos curava o seu companheiro élfico.

"Vamos, garoto! Não te salvei para que ficasse atirado no chão me olhando com cara de idiota! Levante e lute!"

O garoto levantou em um salto, já lançando magias para todos os lados.

"Ei, segurem eles um pouco. Vou conjurar algo grande..."

"Espero que saiba o que está fazendo, mago! Não vou salvá-lo novamente!"


O caçador e sua besta chamaram a atenção dos inimigos, enquanto o mago recitava uma linguagem élfica muito antiga, esquecida a tempos. Uma luz azul começou a emanar das palmas de suas mãos. Um círculo azul aparecera no chão, sob os pés dos espíritos. E então o mago berrou : "Por Kael!" e uma chuva de estacas de gelo começou a cair do céu. Os espíritos não tinham para onde fugir. O caçador os fizera entrar em uma formação circular perfeita, o que estava causando a sua total aniquilação. Em poucos segundos, nada mais restava, somente uma pequena crosta de neve sobre a grama.

"Impressionante, mago! Você se mostrou útil para algo além de ser salvo."

"Ah....ah.....cale-se....ah...ou faço o mesmo com você...." - disse o mago, já sem fôlego.

"Duvido que sejas capaz mas podes tentar a hora que quiser."

"Espere...eu recuperar...o fôlego..."

"Hahahahaha! Boa, elfo. Enquanto isso eu vou beber uma cerveja com meus companheiros e me juntar a algumas concubinas!"

"Faça. Enquanto você se diverte com essas mulheres, eu lhe ataco pelas costas."

"...Não há honra para o guerreiro que ataca alguém pelas costas!"

"Não sou guerreiro, sou mago"

"Ele te pegou, Kye." - disse o Esquecido, que até agora só olhava a cena.

"Cale-se, Pristsenchas! Ou te atiro de volta naquele esgoto!"

"Digam logo o que querem em troca de me salvar..."

"Você é direto, garoto. Isso pode ser bom...ou não..."

"Ou não?"

"Normalmente, caras diretos são cabeça-quente. Se atiram de cara na batalha, sem analisar a sua situação...Os primeiros a morrer."

"Hehe...se quer saber...não ligo se for morrer ou não. Desde que eu leve o máximo de desgraçados junto comigo, tudo bem."

"Deixemos de conversa e partamos para a ação. Garoto! Você virá em uma missão conosco. E não negue, me deve por ter salvado a sua vida. Só temos que esperar mais um companheiro nosso...Me diga, qual é o seu nome?"

"Nome não importa na batalha...após uma semana de mortes e sofrimento, ninguém mais possui nome."

"Fala bonito e luta como uma donzela. Bem, lhe chamarei de Moko. Me parece um nome apropriado para você. Me chamo Kreyast. Este aqui, é meu companheiro, Krell. O Esquecido ali se chama Pristsenchas."

"...Moko?"

"Hahahaha! Moko é o nome de uma das vacas de minha família. Inútil como você."

"Moko...gostei disso..." - disse Pristsenchas mas estremeceu ao ver o olhar que o mago lhe dava - "mas acho que vou chamá-lo somente de mago..."

"Vamos em direção ao Monastério. Temos que esperar Snufu lá.

E assim, o grupo partiu para o Monastério da Ordem dos Paladinos Escarlate. Não imaginavam quão tola fora esta decisão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...