terça-feira, 11 de maio de 2010

As Fábulas de Um Mago - "O Mal"




Kreyast e Snufupugos conseguiram escapar, devido ao sacrifício do mago, e agora descansavam em um canto escuro do Monastério, onde não seriam vistos.


"Prist não virá..."

"Como sabes?"

"Ele teme este lugar. Nunca quis vir, sente que há algo poderoso e acima de tudo, muito maligno rondando este lugar. Devemos completar a missão e sair daqui o mais rápido possível."

"Então, vamos. Paremos de desperdiçar tempo esperando pelo mago. Temo que ele também não virá."

"O que mais esperaria de um mago? Deve ter escolhido voltar para a sua casinha onde pode comer com a sua querida mãe. Bah! Fracos!"

"Repita isto se não teme a morte, Snufupugos!"

Os dois se viraram, incrédulos. Ali estava o mago, sangrando, fraco mas ali estava. Voltara, pois, mesmo com inúmeras diferenças, considerava-os companheiros e não queria fazer o mesmo que os humanos fizeram com o seu povo. Não podia abandonar um aliado mesmo que isto custasse sua vida.

"Sabíamos que voltaria, garoto!"

"Percebo..."

"Chega de papo, agora que você voltou, devemos continuar. São só mais alguns metros até a descida."

Avançaram correndo, estavam excitados por ficarem tão perto de conseguir completar aquela missão após tudo o que acontecera. Mas uma coisa incomodava o mago. Antes de lhe trazer de volta a vida, o Espírito Curandeiro lhe dissera:

"És um guerreiro honrado por voltar para seus companheiros mas, saiba, será em vão..."

O elfo estava pensativo. Em vão? Quer dizer, não conseguiriam completar a missão? Ou será que...ele morreria novamente?

"Ei, mago! Olhe para onde vai. Não vai querer cair aí."

Olhou para baixo e viu que estavam sobre uma ponte minúscula. Mal passava um homem em pé ali. Se não tivesse sido alertado, certamente estaria caindo, neste momento.

"Sinto algo estranho, como se nos observassem..."

"Não diga bobagens, Moko. Não há ninguém aqui. Só os fantasmas dos elfos antigos. Diga-me, temes fantasmas?"

"Hahahaha! Muito bom! Um elfo que teme fantasmas...só podia ser um mago..."

"Cale-se ou queimo esta porcaria que chamas de rosto. Não são fantasmas...é algo maior...mais poderoso e acima de tudo, muito maligno..."

Os dois caçadores pararam e se viraram para o mago, espantados:

"O que você disse, mago?"

"Que sinto algo aqui..."

"Não...você disse poderoso e..."

"..e maligno."

"Krey...as mesmas palavras que Prist descreveu o que sentia...será que realmente há algo aqui?"

Com um sorriso Krey respondeu: "Se há, só há uma maneira de descobrir, não é? Avançemos!"

Com um certo receio, avançaram, mas muito pouco. Deram apenas alguns passos e sentiram, todos, a mesma sensação de estarem sendo observados por algo enorme, magnânimo...algo como um deus.
Pararam novamente, se sentindo cada vez mais suprimidos diante daquela sensação. Não podiam continuar pois sabiam que a figura estava ali e não podiam voltar pois sabiam que o medo os faria cair.

"Mago...acenda uma luz..."

"Krey! O que quer fazer? Quer chamar a atenção do que quer que seja essa coisa?"

"Não...só quero ver o que vai nos matar..."

"O que vai....Krey....."

"Mago...acenda."

E assim, o mago, temeroso, levantou o seu cajado e acendeu uma luz mínima na sua ponta mas que foi o suficiente para que ele enxergasse a coisa mais terrível que já vira...

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