terça-feira, 11 de maio de 2010

As Fábulas de Um Mago - "Morte"




O trio foi ao Monastério da Ordem e esperou por algum tempo. De repente, um homem, vestindo a mesma capa negra, o mesmo capuz vermelho, usando o mesmo arco e também acompanhado por uma besta, surgira. Outro elfo caçador.

"Snufupugos! Qual foi o motivo da demora?"

"Encontrei alguns inimigos e fui caçá-los. Sabe como é, não consigo resistir a emoção de seguir uma presa."

"Sempre assim. Rapaz, este é Snufupugos, outro caçador, como eu. Esta é sua besta, Kyral. Snufu, esse é Moko, um mago que salvamos a pouco."

"Mago? Ele serve para alguma coisa?"

"Não muito mas pode servir de alvo para os inimigos enquanto passamos. Vamos logo para dentro.


Seguiram por um caminho que subia pela montanha e chegaram na entrada do Monastério. Viraram a direita e subiram uma escadaria. Silenciosamente, derrubaram as sentinelas e passaram por um portal que dava em um corredor. Iam cada vez mais fundo para dentro do Monastério, sem encontrar ninguém. Nenhum guarda, civil, nada. Tudo quieto demais.

"É uma emboscada..." - sussurrou Pristsenchas.

"Nós sabemos disso, Prist. Daremos a eles o que querem. Formação!"

Os quatro entram em formação, os caçadores a frente, o mago atacando a média distância e Prist os curando, enquanto inimigos surgem por um corredor a frente.
A batalha é sangrenta e difícil. Como dissera o homem da taverna, aqueles guerreiros eram a elite da Ordem. Atacavam exatamente os pontos vitais, não desperdiçavam tempo tentando prever ataques, somente atacavam e atacavam. Verdadeiras máquinas de matar.
E isso era a sua derrota. Não foram capazes de prever a estratégia do grupo. Se concentravam nos caçadores e em suas bestas e não perceberam que o mago estava lhes atacando.
Quando se deram conta, já era tarde demais. Os caçadores saltaram para o lado ao mesmo tempo em que uma bola de fogo surgia em meio aos inimigos e explodia, destruindo a todos.

"Ótimo, mago. Viu? Você está aprendendo alguma coisa andando comigo."

O mago olhou para Krey que estava sendo curado por Prist. Ele fingia estar bem mas era perceptível o enorme ferimento que sofrera nas costas. Aquilo sem dúvida deixaria uma cicatriz feia.

"Vamos avançar e..."

Mas Krey fora interrompido por um grupo de inimigos que vinha por trás e os cercava.

"Prist! Cure-nos, depressa!"

"Droga! Krey, Prist está morto!"

"MORTO?! Maldição!"

"E agora, o que faremos?" - perguntou o mago, enquanto corriam pelos corredores com um bando de inimigos no seu encalço.

"Ele tem uma das pedras da Ressurreição, todos temos. Mas até ele chegar aqui, será tarde demais!"

"Não...não será..."

"O que pensa que está fazendo, mago?! Não pode com todos eles!"

"Não pretendo matá-los todos, somente atrasá-los para que vocês arranjem algum lugar seguro."

"Mago, você não sairá vivo."

"Eu sei. Lhe disse, não me importo em morrer desde que leve alguns desgraçados junto."

"Vamos, Snufu. Vamos avançar."

"Sim...assim que encontrar o Espírito, volte para cá, mago!"

"Hehe...voltarei."

Os dois caçadores foram correndo. Deixaram o mago para trás, que conjurava uma barreira de mísseis arcanos que explodiam o que tocavam. Mas os inimigos eram muitos. Logo, a barreira fora subjugada e o mago, atravessado por diversas lâminas. Não sentira dor. Só um vazio, como se algo fosse arrancado de seu corpo. Como se caísse infinitamente mas logo essa sensação foi trocada pela mesma sensação que sentira quando fora curado, uma paz total.

Olhou para os lados, estava do lado de fora do Monastério. Via o mundo de outra maneira. Via o espírito das coisas, de cada ser vivo.
A sua frente, um enorme ser branco com asas. Pensara ser um anjo mas tais coisas não existiam no mundo dos homens. Era um Espírito Curandeiro. Nunca vira um, mas sabia o que era. Então, o ser falou, sua voz suave e reconfortante:

"Vejo que tens permissão dos deuses para que lhe seja dada mais uma chance de viver. Posso realizar isso, meu guerreiro, mas terás um preço a pagar."

"Nem os deuses podem dar algo de graça, huh? Tudo bem, qual é o preço?"

"Ressuscito-te agora e estarás aqui, com seu corpo como era, totalmente saudável e cheio de poder arcano. Mas ficarás mais fraco por um certo período de tempo. Teus ataques não surtirão efeito em teus inimigos. Ou então..."

"Tenho outra escolha?"

"Tens, sempre tens. Podes vagar até o local de sua morte e entrar novamente em seu corpo, porém, voltarás sem vida, quase morto e sem poder. Decida-te, jovem. Voltas aqui, com todo a sua majestosidade ou voltas aonde estão seus companheiros, fraco, porém podendo lhes ajudar? A escolha é sua..."

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